O que aconteceria se... os objetos falassem?

Observado por Ciro M. Costa

Olá, mortais. Eu voltei. Para quem não se lembra, meu nome é Majéstika, a ave que tudo vê, tudo observa e tudo presencia. E para quem se lembra, eu sou a mesma coisa. Desde que o mundo é mundo, minha função é observá-los, sem interferir em nada. Ninguém jamais me viu e nunca me verá, a não ser que eu permita.
Isso faz de mim um ser superior, um ser imortal, um ser poderoso... um ser que tudo sabe. E, como eu SEI DE TUDO, ninguém melhor do eu para falar sobre o que aconteceria se os objetos começassem a falar. Alguém já pensou nisso? É claro que já. Quem nunca pensou nisso?
Sabem, existem inúmeras situações que poderiam ocorrer, devido ao fato de que, se os objetos falassem, com certeza cada um teria uma personalidade diferente, e cada um teria uma coisa diferente pra comentar frente às diversas ocasiões. O que faz impossível descrevê-las em apenas um texto. Talvez um livro fosse mais adequado. Mas não estou interessada em escrever nenhum livro, portanto, vou dizer algumas situações que poderiam ocorrer. As mais interessantes...

Objeto: Papel. Situação: escrevendo bilhetes ou cartas
Papel masoquista: “Ei, será que dá pra apertar mais essa caneta pra escrever?”
Papel professor: “Putz, nunca vi tantos erros de Português em toda a minha vida! Não sabe que a palavra ‘paixão’ não é com CH? E que letrinha mais desgraçada!”
Papel vaidoso: “Sou uma carta de amor. Por que não coloca perfume em mim?”
Papel sacana: “Eu não sou papel higiênico pra você me colocar tanta merda!” ou “Huuuummm... escrevendo uma cartinha pro seu bofe, bichona?”

Objeto: Porta. Situação: batida forte.
Porta masoquista: “Aaaaahhhh....”
Porta cínica: “Vai falar que foi o vento de novo?”
Porta ‘coitadinha’: “Ai, ai! Não faz isso que dói!”
Porta furiosa: “NÃO SOU GELADEIRA NÃO, PORRA!” ou então “Bate a mãe, inferno!”
Porta sacana: “Isso, agora vem cá e coloca o dedo aqui na fresta...”.

Objeto: Computador. Situação: “pau” no sistema
Computador masoquista: “Me jogue no chão! Me jogue no chão!” ou “Eu quero ser formatado!!”.
Computador humilde: “Ah não! Foi mal aí, amigo! Não é culpa minha! São esses programas instalados em mim! Eu me desculpo por eles, está bem? Desculpe!”.
Computador sacana: “Reseta aí, otário!”.

Objeto: Tênis. Situação: Diversas.
Tênis masoquista: “Ei, que tal um futebol hoje?”
Tênis medroso: “Não passa por esse bairro não! Tenho medo de me roubarem!”
Tênis reclamão: “Isso! Pisa na merda mesmo! Não tem lugar pra desviar, né?”
Tênis carente: “Me aperta mais no seu pé! Quero calor humano!”.

Objeto: Lápis. Situação: quebra da ponta.
Lápis masoquista: “Me aponta, me aponta!!”
Lápis consolador: “Não se preocupe! Você pode usar o grafite que se quebrou para triturá-lo e jogá-lo no cadeado que não está funcionando direito!”.

Objeto: Aparelho de som. Situação: CD arranhado.
Aparelho crítico: “Este é o preço por se ter péssimo gosto musical!” ou “Tá achando que sou Sonata?”.
Aparelho sacana: “Se colocar essa merda de novo, nunca mais te devolvo!” ou “Compra mais CD de camelô, otário!”.

Objeto: Camiseta. Situação: Uso vários dias seguidos.
Camiseta decidida: “Com licença, agora preciso ir andando”.
Camiseta masoquista: “Quando é que você vai me bater no tanquinho de novo?”.
Camiseta cismada: “Ei!! Esse cecê é meu??”.

Objeto: Porta giratória com detector de metais. Situação: Detecção de metais.
Porta giratória cismada: “Tem certeza de que é só um aparelho celular?”
Porta giratória sacana: (trava e depois destrava) “Ops, desculpe! Jurava que você tava armado” ou então ela grita “O SUJEITINHO TEM UM .38 AQUI, PESSOAL! SOCOOOORRRO!!”.

Objetos e situações diversas:
Cama conservadora: “Tá olhando o quê aí embaixo?”
Ventilador sacana: “Uhúúú!! Voa, papelada!! É carnaval, hahahahhahahaha!”
Calculadora crítica: “O quê? Não acredito que você me ligou só para conferir quanto é 2 X 2!?”.
Mesa de ‘saco cheio’: “Você dá câimbra até em mim!”
Relógio cismado: “Tá me olhando toda hora por quê?”
Elevador punidor: “Vai ficar preso aqui para aprender a ter bons modos!”
Semáforo sacana: “Hum... e o que acontece se eu ficar azul?”
Camisinha medrosa: “Nãããoo, por favor!! Eu tenho medo do escuro!!!”.
E, por fim, como diria o pingüim de geladeira: “Na verdade, é tudo uma péssima piada!”.

É isso, mortais. Em breve voltarei com mais um “O que aconteceria se...?”. E não se esqueçam: estarei sempre observando, vigiando e olhando vocês (e não pensem que é tudo a mesma coisa).