Por Bruno Carvalho (Mais uma para o dia dos namorados)
Quem nunca se apaixonou pelo(a) garoto(a) desconhecido(a) da loja? Aquela pessoa que trabalha no supermercado, na banca de jornal, nos correios, no banco, ou ainda: Aquela pessoa que passa pelo seu caminho todos os dias, mas você sequer tem a idéia de onde ela trabalha! Talvez uma vizinha ou vizinho? Um ator ou atriz de novela? Não vamos chegar a tanto falando sobre amores platônicos... Mas a verdade (entre várias outras verdades) é essa: Estamos sempre fadados a nos apaixonar por pessoas bonitas que não conhecemos ainda. O fato é que, em alguns casos, nos apaixonamos de um modo diferente, do qual não queremos conhecer a outra pessoa. Somente sonhar o quanto elas seriam perfeitas como pessoas assim como são em beleza...
E Pedro, no auge de sua insanidade, vê o filme dele mesmo pedindo a Deus para que se case com a linda garota desconhecida. Aquela que ele vê todos os dias a caminho do trabalho. O fato quase sempre inesperado de suas manhãs. O início do sonho e da fantasia de um dia que está prestes a começar. A garota que fazia ele agradecê-lo por acordar mais cedo. A linda e calada garota que passava por ele todos os dias. Nem mesmo os anjos, que possuíam extremo poder, conseguiram segurá-lo.
Quem nunca se apaixonou pelo(a) garoto(a) desconhecido(a) da loja? Aquela pessoa que trabalha no supermercado, na banca de jornal, nos correios, no banco, ou ainda: Aquela pessoa que passa pelo seu caminho todos os dias, mas você sequer tem a idéia de onde ela trabalha! Talvez uma vizinha ou vizinho? Um ator ou atriz de novela? Não vamos chegar a tanto falando sobre amores platônicos... Mas a verdade (entre várias outras verdades) é essa: Estamos sempre fadados a nos apaixonar por pessoas bonitas que não conhecemos ainda. O fato é que, em alguns casos, nos apaixonamos de um modo diferente, do qual não queremos conhecer a outra pessoa. Somente sonhar o quanto elas seriam perfeitas como pessoas assim como são em beleza...
E Pedro, no auge de sua insanidade, vê o filme dele mesmo pedindo a Deus para que se case com a linda garota desconhecida. Aquela que ele vê todos os dias a caminho do trabalho. O fato quase sempre inesperado de suas manhãs. O início do sonho e da fantasia de um dia que está prestes a começar. A garota que fazia ele agradecê-lo por acordar mais cedo. A linda e calada garota que passava por ele todos os dias. Nem mesmo os anjos, que possuíam extremo poder, conseguiram segurá-lo.
- Ele entrou de surpresa, Senhor. Em um minuto estava acordando e xingando a si mesmo pela manhã, assim como os outros fazem, e no outro já estava aqui!
- Tudo bem, deixem ele acabar de chegar. É um dos personagens que mais gosto, sabiam?
Não era de se estranhar que ele a esquecia no restante do dia, e só iria se lembrar dela novamente na manhã seguinte. Como ele poderia ter esquecido? Era o que ele pensava quando a via. Ela que era tão bela e atraente. Que possuía o andar e a elegância que os outros não tinham.
Quantas e quantas vezes Pedro não torceu para que ela o visse, desse um sinal de que a coisa era recíproca. Mas ela não olhava, e ainda seguia firmemente, dando passos elegantes rumo a um destino desconhecido. Talvez era essa a magia que encantava Pedro: O modo com que ela o ignorava.
Mas não vamos perder mais tempo com descrições batidas sobre mulheres e ilusões. Voltemos à insanidade de Pedro. Que não se passava em uma mesa de bar, muito pelo contrário, aquela reflexão vinha na hora do magro café da manhã. Justamente naquela hora em que os pensamentos estão em ordem. Quando a mente escancara o que está certo e o que está errado em nossas vidas. O que planejamos felizes outrora, a mente pela manhã nos fala: “- Que se foda essa merda toda! Eu quero é voltar a dormir!”.
E o sonho se tornava cada vez mais real. Deus o recebia de mãos abertas e o ouvia com atenção. Deu uma risada ao saber que Pedro não a queria como ela era, e sim como ele achava que ela era. “-Não me venha com essa desculpa de livre arbítrio!” – dizia Pedro brincando e falando sério ao mesmo tempo. “Não foi fácil chegar aqui, e você sabe disso!”.
E Deus coçou a barba, pensou por mais alguns instantes e disse: - Você a terá! – Desaparecendo logo em seguida. “Que loucura” Pensava Pedro. Uma viagem daquelas logo de manhã não era coisa normal.
“Vamos ao encontro da garota então!”. E pela primeira vez, desde que começou a ir a pé para o trabalho, Pedro se lembrou da garota antes de encontrá-la. Tanto que a procurou insistentemente. É claro que não acreditava no sonho que tivera. Ele queria apenas vê-la, assim como fazia sempre.
E eis que ela surge em sua frente. Agora mais bela do que nunca. Mais linda do que sempre foi. Mais linda do que as outras desconhecidas das quais ele já fora apaixonado. Daí Pedro deu um suspiro profundo. Ainda tinha uns sessenta metros para percorrer até que a encontrasse. Chegou a imaginar sua declaração, algo do tipo: - Você é a mais bonita de todas as desconhecidas que me apaixonei. Mas daí a mesma imaginação o traía, respondendo-lhe algo do tipo: - E você é um louco!
Vinte metros para o encontro com a garota. Dez metros se ele contasse que ela e ele estavam andando em sentido contrário. 1, 2, 3 segundos e... ela passou por ele mais uma vez, mas desta vez, dando uma discreta olhadinha. Para quem não tinha nada, isso foi um enorme avanço para nosso herói!
E ao final do dia, Pedro se lembrou dela novamente. Chegou a pensar seriamente sobre tudo aquilo. Ainda não tinha plano definido sobre aquela abordagem, mas era engraçado pensar que ele mesmo havia decidido dar o próximo passo. Talvez para o abismo, ou, nunca se sabe, para a felicidade. Foi dormir tarde e acordou pela manhã com o sono habitual de sempre. A mente, como sempre, lhe falando as verdades da vida. Mas naquela manhã, a mente de Pedro não discutiu sobre a loucura do sonho. E então, Pedro brindou o café consigo mesmo. E daí disse a Deus algo assim: - Pode separar ela para mim!
Sabia que o sonho que tivera era pura ilusão, viagens do subconsciente... Por outro lado, estava gostando de pensar em dar o próximo passo. Afinal, nem sempre é preciso acreditar piamente em tudo que fazemos. Basta que seja feito com um toque de sentimento, e claro, "bom-humor".
5 comentários:
Eu amo ler mini-contos pela manhã, quando as idéias estão claras e a gente pode imaginar que é com o outro mesmo e não com a gente... mas nesse caso alguma coisa deu errado... acho que foram tantas paixões de ônibus que eu me perdi um pouco na história e acabei lembrando mesmo é do que aconteceu comigo!rs
Muito bom.
bjx
Caramba, por maior q fosse esse texto, fui lendo e nem me dei conta do tempo passando. Muito gostosa a leitura.
Aliás, acho q esse texto foi escrito pra mim, hahahahhahahahah!!! É claro e óbvio como a luz da manhã que me lembrei da moça da farmácia! Será que Deus já separou ela pra mim e eu não estou sabendo?
Bom, de qualquer forma, Feliz dia de Finad..., digo, Namorados pra todos! Namorados, comemorem, pois o resto dos dias é nosso (dos solteiros!).
Nota 1000 como sempre, Brunão. Pra variar, hoje vou dar nota 1001.
Abraaaaaaço!!!
Ai, ai... Viajei legal nesse texto... Parece que voltei no tempo...
E que interessante essa maneira de contar a história, essa tomada de atitude disfarçada de conversinha com o Todo-Poderoso...
Muito original, cara, como sempre! Adorei!!!
Parabéns!!! E bjos!!!
Bruno !! Realmente fizeste um conto de primeira !!
É muito interessante que o ser humano tenha essas outras realidades pertencentes a contextos tão específicos como a ida ao trabalho pela manhã, a calada da madrugada, as viagens de ônibus etc. E mais legal ainda é poder ler esse tipo de coisa sendo tão bem narrada e descrita! Os pensamentos, os "diálogos" com Deus hahahahahaha Excelente!
Parabéns, fera!! Arrebentou!
ô loco meu,
Muito bem bolado irmo,
o diálogo, o dia dia,
legal mesmo,
parabéns,
abraços,
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