sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Crônicas de banheiro: "Um lugar difícil de se usar" *

Cordinha da descarga puxada por Ciro M. Costa


Olá amigos e amigas! Como vão? Eu vou muito bem, obrigado! Meu nome é Rêibor, a privada amiga! Isso mesmo! Sou um vaso sanitário falante e faladeiro que fala! Não é legal? E eu não só falo, como também converso!
Hoje vou contar a história de Viviano, um rapaz de 26 anos, universitário. Sabem, Viviano tinha sérios problemas problemáticos com banheiros. Mas não era qualquer banheiro. Por algum motivo, Viviano não conseguia fazer suas necessidades quando estava na casa de qualquer amiga que tivesse. Mesmo se morasse um homem na casa, não importava. Se estava visitando uma amiga, Viviano simplesmente não usava o banheiro. Sentia-se pouco à vontade pra isso, sempre. Se ia urinar, parecia que uma voz lhe dizia: “Ei cara, guarde esse pênis! Há mulheres nessa casa!”. Ou, se ia defecar, pensava “Vai deixar esse lugar tão limpo com mal cheiro?”.
O engraçado, é que ninguém nunca percebeu nada. Raramente as pessoas percebem se você já foi ao banheiro delas naquele dia. Ninguém chega e pergunta: “já viu meu banheiro hoje?”. Por isso, Viviano não tinha problemas em dar satisfações a ninguém sobre seu “problema”. Tinha problemas sim com seu organismo orgânico, e por isso ia sempre embora mais cedo para usar o banheiro de sua casa (ou, se estava na casa de um amigo homem, não tinha problemas em usar).
Bom, não sei dizer ao certo se isso era vergonha ou algum tipo de capricho caprichoso de Viviano, mas isso não vem ao caso. O caso, é que houve um dia em que ele realmente precisou usar o banheiro de uma amiga. Ou o melhor, de 4 amigas...
Certa feita, Viviano precisou fazer um trabalho de faculdade em uma república, onde moravam suas 4 amigas. Antes de começarem os trabalhos, uma delas serviu um belo café da tarde, onde Viviano se esbaldou. Café, pão com pasta de amendoim, suco de laranja, iogurte, rosca, chocolate, pão de queijo, bolachas, carne de costela... Viviano comeu tanto, que não demorou muito até que precisasse ir ao banheiro. Foi quando disse:
- Er... meninas... preciso ir embora.
- Por que? – Perguntou uma amiga. – Ainda nem terminamos o trabalho.
- Bem, eu... simplesmente preciso ir. Podemos terminar outro dia e...
Outra colega, que era desbocada, o interrompeu:
- Escute aqui, Viviano! Já adiamos demais e esse trabalho tem que ser entregue amanhã! Se precisa usar a porra do banheiro, use o nosso!
- Mas eu...
“Mas” nada. Viviano sabia que ela tinha razão. Além do mais, ele sentiu que precisava do banheiro naquele momento.
- Está bem, está bem! Eu já volto! – E saiu da mesa.
Ao chegar no banheiro, Viviano teve um frio na barriga. Era um belo banheiro, com um perfume perfumoso e perfumado, cheio de azulejos rosas-claro com belas flores desenhadas, uma bela banheira, vaso sanitário bem limpinho... havia até um urso de pelúcia sentado no chão. Tudo isso o estava intimidando. “Que droga! Não tenho coragem de defecar em um banheiro desses... mas eu preciso!”, pensou ele, e se sentou no vaso sanitário.
Mas ele não conseguia. Só de olhar aquele belo cenário e imaginar que suas amigas usavam aquele banheiro, Viviano se sentia totalmente intimidado. Não conseguiria fazer nada ali. Mas ele precisava! Então, ele fechou os olhos, respirou fundo e... e... bem, respirou tão fundo, que o perfume gostoso do banheiro entrou por suas narinas, e o fez adormecer...
Viviano teve um pesadelo. Abriu os olhos e o cenário do banheiro estava todo distorcido, com uma leve neblina no ar. Dentro da banheira havia um belo jardim com margaridas, que pareciam dançar uma bela canção. Do chuveiro, saía uma água cristalina, muito brilhante e límpida. O perfume estava mais forte agora e por um momento Viviano viu um esquilo passar por ele, saltitante. Olhou para a pia, e esta havia se transformado em uma bela fonte, onde belos passarinhos se banhavam. “Céus, isso parece um desenho de Walt Disney”, ele pensou. De repente, as flores desenhadas nos azulejos começaram a falar:
- Viviano, não acredito que vai defecar em nosso banheiro! Quer acabar com esse maravilhoso perfume?
Assustado, Viviano caiu da privada e começou a rastejar. Deu de cara com o urso de pelúcia. Este estava de joelhos, e disse:
- Por favor, não cague aqui!
Viviano se afastou dele, ainda mais assustado. Tentou correr para a porta, mas deu de cara com suas quatro amigas, que o encaravam de braços cruzados e fazendo sinal de negativo com a cabeça. Viviano então percebeu que estava nu, e gritou.
O rapaz acordou e saiu correndo do banheiro. Suas amigas perguntaram o que havia acontecido, mas ele não respondeu. Saiu às pressas, e nunca mais voltou àquela casa. Aliás, Viviano nunca mais voltou a freqüentar as aulas daquele curso.
O trauma daquela tarde foi tanto, que anos mais tarde Viviano se formou em decorador de interiores, se especializando em banheiros. Hoje, ele decora banheiros de modo que as pessoas se sintam à vontade em usá-los, esteja você em casa de qualquer pessoa.
Bom, então vou terminando por aqui. No mais, espero que possamos nos reencontrar em breve, e peço que não joguem papéis dentro da privada, está bem? Isso pode nos entupir. Um abraço bem abraçado e até a próxima. Agradecimentos de quem está agradecidamente agradecido!
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* Originalmente postada em 26/01/2007

6 comentários:

Ciro disse...

Hahahhaaha!!! Tive que re-postar esse texto, pois confesso que é um dos meus favoritos. Mesmo porque já passei por essa situação por diversas vezes. Pode parecer bobeira da minha cabeça, mas às vezes o banheiro é tão 'bonitinho', tão cheirosinho... que, sinceramente, não dá vontade de fazer 'merda' lá dentro!!!

Anônimo disse...

ahhhhhhhh esse eu já li

Flavio Carvalho disse...

Hahahahhahaha,

imagino como seria essa decoração
desenho de esgotos, fossas,
quem sabe um retrato da praia do cagão, hein?
ahhahhahhahhhha

Pietro disse...

hahahahaha

esse é ótimo

e o que não seria traumatico pra ele?

banheiro a lá EEPG?

auhuahhuahua

xD

Bruno Carvalho disse...

Ahahahahah! Só pelo nome "Viviano" já valeu a pena ter lido!

Abraço!

Rafael disse...

realmente muito louco
o nome e a situaçao polemica hehehe foi demais ainda mais que meio lembra eu que so faço em casa valeu cirao abraço