Por Bruno C. O. Carvalho
E lá estava eu, sentado em frente ao lago que havia visto em meu sonho. Era difícil acreditar que há três meses eu era apenas um funcionário público que esperava o fim do mês para pagar as contas. “Como pude largar de tudo para, literalmente seguir um sonho?”
Envolto ao lago dava para ver um castelo em ruínas. Para falar a verdade, apenas dava para ler uma imensa placa que dizia: “O calabouço de S. José”. Reza a lenda que, aquela região fora dominada por um perverso rei, que cobrava impostos abusivos de seu povo.
Havia também um homem que clamava por justiça. Seu nome era José. Todos os dias, falava com seus amigos. Queria a ajuda deles para uma revolução. Mas o povo não entendia, tinham em mente que era preciso apenas confiar em Deus e trabalhar para seu sustento. Mas José não achava Deus tão generoso e simples assim. Para ele, era preciso ainda lutar pelos seus ideais, mesmo que fosse com o Rei.
José entendera que os únicos que poderiam ajudá-lo naquela tarefa seriam os mais perdidos da região. Homens e mulheres que já perderam a honra de tentar trabalhar, e pediam esmolas por ali. Os homens que perdem tudo sempre lutam melhor, pois não há mais nada a perder.
Então ele afiou bem a sua espada, e por fim, juntamente com sua milícia, conseguiu derrotar os soldados do castelo. O rei havia cometido outro erro. Não tratava bem sequer de seus empregados mais próximos. Isso fez com que os soldados não tivessem tanto estímulo para a luta.
José então derrubou o castelo e deixou apenas o Calabouço. Manteve o rei e seus súditos lá dentro pelo resto de suas vidas. Ele bem que poderia ter matado o rei, mas fez questão de deixá-lo lá. “O calabouço de S. José”. Seria a abreviação de Sir imposta por ele mesmo? Ou seria a abreviação de seu primeiro nome? Uma coisa é certa, José queria demonstrar a todos que é no calabouço que estão nossos piores temores, mas é também lá que buscamos nossas melhores aptidões.
O que incomodava o rei era mandado para o calabouço, e por uma ironia do destino, ele morreu junto com as lembranças que mais o atormentaram durante sua vida.
Era mesmo aquele lugar. Havia outras pessoas. Elas também haviam sonhado. Aquele lugar não parecia real.
Seria necessário passar pelo rio a nado para chegar até ao calabouço. Eu iria, até que vi duas pessoas morrerem na tentativa. Sim, o rio também escondia seus mistérios.
Fiquei por ali mais algumas horas. Não atravessei o lago, mas definitivamente tinha aprendido a lição. Acredito que o sonho não fora um aviso para atravessar o lago e ir até o calabouço, e sim, para repensar a respeito da vida. Como dizem por aí, o que importa não é o lugar que se chega, e sim o que se aprende no caminho. Aprendi muito antes de chegar aqui. Vi que pude sobreviver, feliz e satisfeito, mesmo sem muitas amarras da vida que tinha há três meses.
Vivemos tentando atravessar o trevoso lago a fim de encontrar o medo que temos bem no fundo de nós mesmos, isso mesmo, em nosso calabouço. E se deixarmos de nadar, ou perdermos nosso objetivo, morreremos no caminho. Talvez, conseguiremos chegar até o calabouço, mas da maneira errada, sem o preparo para enfrentar nossos maiores inimigos.
Enfim, eu cheguei ao meu. E você? O que se esconde em seu calabouço?
E lá estava eu, sentado em frente ao lago que havia visto em meu sonho. Era difícil acreditar que há três meses eu era apenas um funcionário público que esperava o fim do mês para pagar as contas. “Como pude largar de tudo para, literalmente seguir um sonho?”
Envolto ao lago dava para ver um castelo em ruínas. Para falar a verdade, apenas dava para ler uma imensa placa que dizia: “O calabouço de S. José”. Reza a lenda que, aquela região fora dominada por um perverso rei, que cobrava impostos abusivos de seu povo.
Havia também um homem que clamava por justiça. Seu nome era José. Todos os dias, falava com seus amigos. Queria a ajuda deles para uma revolução. Mas o povo não entendia, tinham em mente que era preciso apenas confiar em Deus e trabalhar para seu sustento. Mas José não achava Deus tão generoso e simples assim. Para ele, era preciso ainda lutar pelos seus ideais, mesmo que fosse com o Rei.
José entendera que os únicos que poderiam ajudá-lo naquela tarefa seriam os mais perdidos da região. Homens e mulheres que já perderam a honra de tentar trabalhar, e pediam esmolas por ali. Os homens que perdem tudo sempre lutam melhor, pois não há mais nada a perder.
Então ele afiou bem a sua espada, e por fim, juntamente com sua milícia, conseguiu derrotar os soldados do castelo. O rei havia cometido outro erro. Não tratava bem sequer de seus empregados mais próximos. Isso fez com que os soldados não tivessem tanto estímulo para a luta.
José então derrubou o castelo e deixou apenas o Calabouço. Manteve o rei e seus súditos lá dentro pelo resto de suas vidas. Ele bem que poderia ter matado o rei, mas fez questão de deixá-lo lá. “O calabouço de S. José”. Seria a abreviação de Sir imposta por ele mesmo? Ou seria a abreviação de seu primeiro nome? Uma coisa é certa, José queria demonstrar a todos que é no calabouço que estão nossos piores temores, mas é também lá que buscamos nossas melhores aptidões.
O que incomodava o rei era mandado para o calabouço, e por uma ironia do destino, ele morreu junto com as lembranças que mais o atormentaram durante sua vida.
Era mesmo aquele lugar. Havia outras pessoas. Elas também haviam sonhado. Aquele lugar não parecia real.
Seria necessário passar pelo rio a nado para chegar até ao calabouço. Eu iria, até que vi duas pessoas morrerem na tentativa. Sim, o rio também escondia seus mistérios.
Fiquei por ali mais algumas horas. Não atravessei o lago, mas definitivamente tinha aprendido a lição. Acredito que o sonho não fora um aviso para atravessar o lago e ir até o calabouço, e sim, para repensar a respeito da vida. Como dizem por aí, o que importa não é o lugar que se chega, e sim o que se aprende no caminho. Aprendi muito antes de chegar aqui. Vi que pude sobreviver, feliz e satisfeito, mesmo sem muitas amarras da vida que tinha há três meses.
Vivemos tentando atravessar o trevoso lago a fim de encontrar o medo que temos bem no fundo de nós mesmos, isso mesmo, em nosso calabouço. E se deixarmos de nadar, ou perdermos nosso objetivo, morreremos no caminho. Talvez, conseguiremos chegar até o calabouço, mas da maneira errada, sem o preparo para enfrentar nossos maiores inimigos.
Enfim, eu cheguei ao meu. E você? O que se esconde em seu calabouço?
5 comentários:
Auto-ajuda DE NOVO? Parei!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Não se trata de autoajuda, mas de um texto quase científico de cunho "politicamente correto" rsrsrs
E claro que eu concordo com tudo! :P
Uma vez me perguntaram: "Por que você não se confessa a um padre?" E eu respondi: "Porque não há equipes médicas de plantão ao lado das igrejas para socorrerem-no!" hahahahahaha
Bom, na verdade nunca me fizeram essa pergunta, mas o fato é que os nossos "calabouços" existem e não podemos ignorá-los!
Mandou bem, primão!
Concordo com o que o Felipe disse no início do comentário, Brunão.
Excelente texto, assim como tem sido todos os seus textos da 'nova temporada', heheheheh!!!!
Este é um texto que nos faz ir além, de pensar adiante, e também de ir a fundo. "Além" e "a fundo", hã? "Calabouço"... entendeu? Hã? Heheheheheh!!
Tem coisas em meu calabouço que nem EU sei que escondo, viu? Deixa quieto lá mesmo! Hahahahahha!!!
A única coisa em seus textos que ando sentindo falta são as gravuras!
Parabéns!
Muito bom texto Brunin, tá de para´bens fi!
Taí, Bruno, falou e disse!!!
Conhecer o que há no nosso calabouço não necessariamente implica que nos joguemos lá dentro...
Seja lá qual for o gênero desse texto, eu ADOREI!!!
Bju!!!
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