sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Belas histórias da vida: “A Balada de Maria”*

Badalado por Ciro M. Costa



Hoje, vamos contar uma bela história. Uma história legal. Uma história simples. Uma história boa.


Certa feita, existiu uma bela jovem chamada Maria. Uma jovem simples com um nome simples de vida bem simples. Maria era simplesmente simples e tinha uma simplicidade simplificada. Resumindo: era simplória!
O grande sonho da simples Maria era escrever uma bela história. Uma história simples, mas que todos gostassem. Então, Maria sempre tentava escrever algo bonito, mas acabava por rasgar seus trabalhos e jogar no lixo. Maria, mesmo sendo simples, nunca estava satisfeita consigo mesma.
- Merda! – Ela dizia com simplicidade.
No entanto, um dia a vida de Maria mudou. Enquanto tentava novamente escrever uma bela história, seu lápis começou a falar. Sabemos que esse tipo de coisa é um tanto forçado, mas às vezes precisamos apelar para que a história se desenrole mais facilmente.
- Olá, Maria! Eu sou o Lápis Falante!
- Céus! Um lápis falante!
- Foi o que eu disse! Escute, Maria! Eu posso realizar seu desejo de escrever uma bela história!
- Pode mesmo?
- Claro que sim! Além de ser um Lápis Falante, também sou um lápis mágico!
- Um lápis o quê?
- Mágico! Me parece que você é meio surda, mas tudo bem. Veja o que tenho pra você.
Neste momento, o lápis disse algumas palavras mágicas e um livro apareceu. Um livro em branco.
- Veja isso, Maria! – Ele disse. – Este livro é chamado de Livro Branco. Qualquer coisa que você escrever nele e mandar para uma editora, fará muito sucesso!
- Céus! Qualquer coisa?
- Sim, foi o que eu disse!
- Mas a troco de quê?
- A troco de nada, Maria! Não estou lhe dando dinheiro a mais, portanto não necessito de trocos. Agora, faça bom uso desse livro! – Dito isso, o Lápis Mágico sumiu.
A simples Maria ficou super empolgada. “Que maravilha!”, ela pensou, “Com esse livro mágico eu vou poder fazer sucesso com qualquer merda que escrever, assim como vários escritores que há por aí!! Hahahahahhaha!!”.
No entanto, ao pensar nisso, Maria teve um súbito “insight”. Pensando melhor, ela não queria fazer sucesso com qualquer porcaria que escrevesse. Não, não e não! A simplória Maria simplesmente queria escrever algo que saísse de seu coração. Algo legal, algo surpreendente, algo inovador, algo... algo bom! Queria fazer sucesso com algo realmente bem feito. Foi então que ela decidiu:
- Primeiro, vou fazer sucesso com meu próprio esforço! Depois que já tiver conseguido consagrar meu nome, aí sim vou usar o Livro Branco.
Então, amigos e amigas, Maria tentou a todo custo ter uma boa idéia para escrever sua obra. Como não tinha inspiração com tanta facilidade, Maria, em sua simplicidade, dava algumas voltas no quarteirão para ver se algo digno de ser contado em sua história aconteceria. E várias foram as coisas que aconteceram...
Um dia, a simplória Maria resolveu sair com suas amigas à noite. Então ela escreveu uma história chamada “Maria na Balada”. Mas a editora recusou.
Outro dia, um menino travesso passou por Maria e lhe atirou várias balas. Maria então escreveu uma história chamada “A Balada na Maria”. Mas também foi recusado.
Maria, a simplicidade em pessoa, foi pra cozinha e inventou uma receita de doce diferente. Escreveu “A Bala de Maria”. Também não deu certo.
Maria pegou seu chapéu e foi passear no parque. Olhou para cima e viu a aba do chapéu. Escreveu “A Aba Lá da Maria”. Nada.
Maria, a simples, sai na rua e o menino travesso ataca novamente. Maria leva uma bolada. Escreveu “A Bolada de Maria”. Sem chance.
Então, depois de vários dias, Maria andava alegremente pelo parque e começou a cantar uma bela canção. Um canção cuja letra dava uma vontade de viver a mais. Sim! Uma bela balada! Foi então que tudo parou. Silêncio. Silêncio por todos os lados. Maria, que era simples, resolveu parar de palhaçada. Ia escrever logo no tal Livro Branco para conseguir sucesso! Escreveria “A Balada de Maria”. Sim, sim e sim!
- É tudo tão simples que não sei como não pensei nisso antes! – Disse Maria simplesmente.
Maria correu então para sua casa. Correu, como jamais havia corrido antes! Maria sentiu um vento bater em seu rosto! Um vento gostoso, um vento ventoso, um vento ventante, um vento...
Maria simplesmente correu tanto, que foi atropelada. E morreu.

Anos depois, ao revirar as coisas de Maria, sua mãe encontrou o Livro Branco. “Um livro em branco”, ela pensou, “Um simples livro branco!”.
E o jogou fora. Simplesmente, jogou fora!

E a história simplesmente acaba aqui.


E essa é simplesmente a pior coisa que já escrevi na vida!

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*originalmente postada em 24/11/2006

9 comentários:

Ciro disse...

Há vários motivos pelos quais escolhi re-postar esse texto, e um deles é porque é realmente a pior coisa que já escrevi na vida! Hahahahahhahah!!!!

Esse texto foi o primeiro de uma série de "baladas" que seguem o esquema de felicidade + humor e concluindo com uma tragédia. Ele também foi o primeiro texto que postei acompanhado de uma música (no caso, "Ballad of Mary" do Grave Digger), que não sei pq diabos não deu certo de ser colocada aqui novamente.

É um texto simples!

Anônimo disse...

é vc tem razão, foi a pior mesmo. hahahahahahahah

Anônimo disse...

Começou o ano repetindo textos?
Que falta de criatividade!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ciro quem escreveu esse recadinho ai em cima fui eu KARINNE, mas uma vez esqueci de colocar o meu nome.

Rafael disse...

cara simplesmente o melhor hehehe nao tinha lido esse tambem e adorei os escritores de merda que fazem sucesso com qualquer porcaria entao foi bom demais adorei abraço

Anônimo disse...

se vc mesmo admite que é uma bosta pq diabos vc escreveu? alias, pq vc publicou? nunca perdi 5 min tao jogados fora da minha vida...

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Hermanooooooooooo!!! Isso é pra provar q até os melhores tem seus dias ruins, correto?!!?

[Eu quero a Samyraaaaaaaaaaa, ruivaaaa malvadaaaa!!! kkk]

Pietro disse...

bom...

pensando bem nem tanto

hsuahshuuhashuauhsauhshaushuahusa

então ja ta tudo jóóóóóóóiiiiiiiaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!

Bruno Carvalho disse...

O pior nada!! Você é que pensa!
Ótima idéia ter repostado a crônica aqui! Adorei reler a dita cuja!!!

Parabéns! E felicidades no novo emprego!