Tentativa de Natal...

Por Bruno Carvalho (Esse dá cãibra em perna de mesa!)

Pois é, estava eu pensando, pensando que queria fazer uma "Crônica de Natal". Dessas que a pessoa que lê e pensa: “Nossa o cara pegou um tema batido e fez uma coisa original!”. Quanto ao meu sonho, acho que ficará para o ano que vem, pois a história que surge em minha mente agora não é muito boa. Na verdade nem é uma história, é só um agradecimento. Um agradecimento a muitos que ainda fazem o mundo se tornar melhor:

Agradeço aos piadistas de ocasião, que mesmo fodidos estão aí,
Para o cara da banda que sem querer tocou a música que eu queria ouvir,
O empregado que mandou o patrão à merda e que agora toma uma cerveja se orgulhando de si mesmo,
Ao trabalhador que não gosta de banana, mas leva a penca para o filho,
Aos políticos e policiais honestos (se é que eles existem),
Às lindas mulheres que estão apaixonadas por mim, mas morrem de medo de confessar! Ah, para as feias também!
Aos diferentes, que não estão nem aí para nada!
Para aquele cara que não se perde por ideologias bestas,
Aos bobos e as estradas velhas,
Aos tímidos inocentes, que vão com o(a) namorado(a) no lugar que eles não querem, só pra agradar,
Para o empregado que sai mais cedo do trabalho sem nem mesmo perguntar se tem hora extra,
Para o camarada que toma cerveja e joga sinuca na segunda de tarde,
Aos senhores de idade, que ao contrário de muitos ainda não se tornaram ranzinzas, muito pelo contrário, divertem todos ao seu redor, às crianças inocentes,
Aos simples de coração, aos admiradores da arte, aos poetas, aos loucos, aos cínicos, às enfermeiras (claro), aos escritores, aos professores, aos eternos alunos, aos criadores do Street fighter, ao Rock and roll, ao caminhoneiro que não pega putas, ao faxineiro, ao peão, ao rei e à torre também, à soneca de tarde, ao final de um trabalho árduo e cansativo, à piadinha do e-mail, ao B.O que todos estavam esperando, ao sono tranqüilo, ao dinheiro (éééé, traz felicidade sim!), aos músicos natos que fazem por onde, à liberdade poética, que deixa a gente errar gramaticalmente numa crônica dessas, mas tá tudo certo, à vida por nos dar a vida e à morte por nos tirá-la na hora certa, à natureza e aos esquecidos. Sabem aquelas pessoas que vivem fazendo de tudo, que são bons e que dão o melhor de si, mas que sempre são esquecidos. Sabe, aqueles que não são políticos o suficiente para falar de seu verdadeiro valor, aqueles que se ferram, mas estão sempre ali, aqueles que não ganharam prêmio algum, mas sempre alguém diz algo do tipo: “Aquela pessoa é muito boa, sabe-se lá por Deus ela nunca foi recompensada”. Justamente para eles, elas, enfim, se você não foi citado aqui em cima, com certeza (ou não) deve ser um esquecido, uma pessoa especial. Assim como um anjo da guarda, que salva, mas que nunca aparece. Que tem um bom coração acima de tudo. Taí, para "os esquecidos" ficam os melhores presentes do saco do velho Noel (Pelo menos é isso que a gente espera!).

E por falar em saco, já estou de saco cheio dessa melação toda. O fato é que coloquei na cabeça que deveria escrever uma crônica de Natal, e simplesmente escrevi. Se ficou boa, eu não sei. O fato é que ela está aí. Pode parecer besteira, mas acho “massa demais” esse climão de natal. É, isso mesmo! Música Natalina em shopping, comercial de filme novo na Globo, feriado, comer peru (mesmo sabendo que o frango assado é melhor), véspera de fim de ano (ano novo, vida nova! Quem será que inventou essa bosta), campanha da cesta básica, concurso de escrita da Unimed (que nunca participo), aquela musiquinha da globo (hoje é um novo dia...), que todo ano toca, mas eu nunca enjôo, presentes, que pioram a cada ano, mas a cada ano você percebe que o fundamental de tudo é a “presença”. Enfim, sem frescura, sem palavrinha bonita nenhuma, simplesmente um Feliz Natal à todos! Obrigado por existirem! Papo findo! Tchau!