Ironias da vida...

Por Bruno Carvalho ( Ai, ai, ai... Vamos ler né gente? Senão ele fica depressivin...)

O porteiro do prédio se chamava Inácio. Durante os trinta e cinco anos que havia trabalhado por ali, nunca havia acontecido nada parecido. Certa vez, Inácio estava cochilando, pois estava no turno da noite. Por volta das três da madrugada, um simpático homem apareceu e disse:

- Amanhã, haverá um acidente bem em frente a esse prédio. No carro, estarão três jovens. Uma mulher e dois homens. Dois deles irão morrer. A escolha de quem irá sobreviver será sua. Se quer um conselho, escolha a mulher.
Dito isso, o homem foi-se embora.
No dia seguinte nada aconteceu, até que exatamente as onze e cinqüenta e nove da noite, apareceu um senhor distinto, cabelhos grisalhos, e com uma educação fora do comum perguntando por um porteiro chamado Inácio.
- Sim, sou eu mesmo senhor. O que deseja?
- Creio que ontem, um homem lhe falou a respeito de um acidente...
- Sim, como sabe?
- É que meu filho estava bêbado, liga não, ele de vez em quando fala coisas sem sentido mesmo...

E assim, Inácio consegue a sua aposentadoria. 35 anos trabalhando no mesmo lugar. Muitos moradores saíram, muitos entraram, e muitos estão lá a mais tempo que ele.
Sentado em um banco de praça, Inácio admira o magnífico dia ensolarado. A bela paisagem, as crianças brincando, a bela loira com um corpo descomunal... Uau! Pensamentos filosóficos tomaram conta da cabeça de Inácio, fazendo ele pensar na história do acidente:

“Trinta e cinco anos trabalhando em um mesmo lugar, e a coisa mais emocionante que me acontece é um bêbado falando de acidente? Trinta anos acordando cedo e passando madrugadas em claro! Êta prediozinho de merda viu!!!”.

FIM

- Agora me digam uma coisa, quem foi o merda que escreveu essa história?”

- Opa, fui eu...
- Nossa! Eu estou na merda mesmo! Bruno Carvalho me escolhendo como personagem!
- Pois é Sr. Inácio...
- Que senhor o quê cara!!! Você que me criou!! Você é escritor!! Você é meu Deus!! E me chama de Senhor!! Você é escritor ou não é?
- Bem, eu... fui chamado pra escrever aqui, eu...eu...
- Vamos fazer o seguinte... Sai daí da frente do computador! Sai, sai!! Eu nunca escrevi nada na vida, mas vou te mostrar como se faz!
- Eheheheh...você não pode...
- Cala a boca!


Uma bela história pra se contar...

Por Ignácio Monteiro (Agora com G mudo, pra ficar com jeitão de escritor)

O porteiro do prédio se chamava Ignácio. Durante os trinta e cinco anos que havia trabalhado por ali, nunca havia acontecido nada parecido. Certa vez, Ignácio estava cochilando, pois estava no turno da noite. Por volta das três da madrugada, um simpático homem apareceu e disse:

- Amanhã, haverá um acidente bem em frente a esse prédio. No carro, estarão três jovens. Uma mulher e dois homens. Dois deles irão morrer. A escolha de quem irá sobreviver será sua. Se quiser um conselho, escolha a mulher.
Dito isso, o homem foi-se embora.
No dia seguinte, o outro porteiro teve uma doença grave e Ignácio teve que dobrar o turno. Cansado e atordoado pelo trabalho, Ignácio sequer pensou no acidente, até que...

- Socorro! Um acidente! O carro vai explodir! O carro vai explodir!

Ignácio, movido pela mensagem que recebera outrora, correu até o carro. As pessoas gritavam que era loucura, mas ele não ouvia. “A mulher” – pensou consigo mesmo. E foi o tempo de retirar a mulher do carro, para que uma explosão acontecesse. Realmente o acidente acontecera, e realmente Ignácio, o porteiro, teve o poder de escolha. Sim, porque ele poderia escolher qualquer um, mas escolheu a mulher.
O tempo se passou, e Ignácio guardou a mensagem daquele distinto homem para si mesmo, até porque ninguém acreditaria. Teria sido um anjo? Ou apenas um sonho? Quem sabe uma coincidência?
E só no dia do casamento de Ignácio, que ele teve a certeza de que tudo era verdade. Ao retirar o véu de sua noiva, Ignácio ouviu a mesma voz. Ela dizia:
- Que bom que seguiu o meu conselho e escolheu a mulher...
Ignácio sorriu. Sequer teve a curiosidade de olhar para trás, pois sabia que a voz não era de um mero ser humano. Quem sabe essa voz não seria de seu anjo da guarda? Sim, Ignácio gostava de pensar assim. Era coincidência demais Ignácio se casar logo com a mulher que ele mesmo salvou de um acidente. Acidente este, avisado por uma premonição. Esta premonição, feita de uma maneira inexplicável. Mas qual premonição pode ser explicável?
Às vezes o destino bate em nossa porta de modo estranho. Devemos segui-lo, sem querer explicar racionalmente o que tudo significa. Esse é o maior erro da humanidade, querer explicar demais as coisas...

FIM

- Aí, tá vendo? É assim que se deve fazer...

- Sim, mas o elemente irônico da minha crônica era justamente fazer com que o leitor tivesse uma surpresa e.... Sr. Inácio? Sr. Inácio? Xiiiiiiiiiiii...