Houve um tempo que ao ouvir sobre o Dia Internacional da Mulher eu me sentia mais ultrajada que homenageada. Pensem comigo! Só se comemoram o dia dos excluídos, mal tratados, marginalizados, estorvos: dia do idoso, da criança, do negro e o da mulher, entre tantos outros. Sei que essas datas representam mais o marco histórico de alguma conquista que a idéia da exclusão em si, mas não deixam de nos lembrar o quanto foi preciso de luta, mortes, sacrifícios para se conquistar algo que deveria ser “direito adquirido” ao nascer. As diferenças deveriam somar ao invés de se tornarem motivos de luta, discriminação e preconceito.
Hoje, porém, sinto-me feliz. Consigo perceber o real significado desse dia (pelo menos aos meus olhos é assim que vejo). Num evento da cidade, um órgão público com política voltada exclusivamente para a mulher, com multiatendimento, aconteceu uma tarde gostosa, desafiadora e acalentadora. Que satisfação ver mulheres de todas as idades cuidando da sua saúde, olhando-se sem pudor ou vergonha, isso vergonha mesmo, aquela que nossas avós sentiam ao tirar a roupa para os seus maridos, quando tiravam. Mulheres novas, mulheres velhas, danças, músicas, sintonia. E essa foi a grande conquista da mulher, poder se olhar como mulher: mulher que deseja, mulher que ama, mulher que se cuida para agradar a si mesma, mulher que estuda, aprende, desprende. Nossa, eram dezenas delas sorrido, dançando, apreciando desde um maravilhoso chorinho, ao forró “arrasta-pé”, mulher com mulher sem medo de virar jacaré, pelo prazer de ouvir boa música, de dançar, de ser ela mesma.
O feminismo me trouxe muita dor de cabeça. Atualmente trabalho três turnos que se alternam entre o profissional, doméstico, familiar, relacionamento... Ufa, cansei! Quantas atividades acumulamos. E ainda temos que ser a melhor, senão outra toma o seu posto, e sem medo, em qualquer uma das suas atribuições, ou em todas ao mesmo tempo. Surtamos, ficamos neuróticas, paranóicas, numa corrida contra o tempo e a competição ferrenha que transforma amiga de infância em rival.
A mulher ficou com medo de ser mãe, aos poucos perde aquela maternidade intrínseca que mesmo sem filhos é acolhedora, cuidadosa, prestativa e pronta a ajudar, como um grande coração de mãe mesmo.
Os extremos me assustam! A falta de reconhecimento, estar sempre à mercê de outros para decidir o seu caminho é humilhante, mas querer se transformar em algo que foge à sua natureza só para provar a outros, qualidades que saltam aos olhos e estão acima das comparações – e elas são sempre, ou quase sempre, bestas e irracionais.
Mulheres aproveitem seu dia para resgatarem o que há de melhor do feminino, o que há de melhor em ser mulher. Homens aproveitem esse dia para agraciarem as mulheres da sua vida com muito carinho, romantismo e reconhecimento. Isso não é muito para vocês, é? Isso não é querer muito.
PARABÉNS MULHERES MARAVILHOSAS!!! Cada passo, cada conquista, cada aprendizagem nos mostra que a diferença entre os gêneros não é o que nos diminui... É como nos vemos, como fazemos, que mostra nosso verdadeiro valor.
VOCÊ É O QUE PENSA E FAZ!!!
2 comentários:
Concordo em gênero, número e grau! Deixando o machismo de lado, vocês merecem todas as honras. Gostei do texto por ele mostrar todas essas vertentes de uma forma que não é cansativa.
Parabens! ótimo texto!
Deveras bom!
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