Por Ciro M. Costa
Ouça Nancy Sinatra enquanto lê:
Kymoro sabia que aquela seria a última vez em que cometera um descuido. Sempre fora um guerreiro bem atento, mas mais atento e veloz do que ele, era Samyra Hatso. E ele não podia imaginar que ela estava ali, tão perto de alcançar Matso Hatso quanto ele.
- S-Samyra?
- Olá, Kymoro.
A situação não podia ser pior pra ele. Haviam tido uma pequena luta com espadas, mas facilmente ele perdera a sua. Samyra o fez andar de costas até a beira de um penhasco e, antes que ele caísse, ela ofereceu a lâmina de sua espada para que ele a segurasse. Ele a segurou, e ficou dependurado nela.
Agora, ou ele segurava fortemente a lâmina cortante (quanto mais ele tentava se segurar, mais o sangue de suas mãos escorria-lhe pelos braços) ou cairia no abismo. De qualquer jeito, ele sabia que estava morto.
- Suas mãos estão deslizando vagarosamente, Kymoro. Você pode sentir a carne sendo cortada? Claro que pode.
- P-por favor... eu... eu não quero morrer...
- Ninguém quer, não é verdade? Nenhum pobre diabo se levanta pela manhã e deseja que aquele seja seu último dia.
Mais uma deslizada na lâmina. Mais próximo o abismo. Mais sangue escorrendo pelos braços.
- Você é um verme, Kymoro. Um maldito verme que mudou de lado quando as coisas ficaram mais difíceis. Justo quando meu pai mais confiou e precisou de você... você simplesmente lhe apunhalou as costas e ficou do lado de Makyro Kamro, não é mesmo? Agora, achou que conseguiria alcançá-lo antes de mim! Que verme você é!
- M-mas... você também... quer matar Matso Hatso... seu... próprio pai...
- Eu não quero. Eu vou matá-lo. Pois meu pai merece ser morto por alguém mais digno do que você e Makyro! Que sorte a minha encontrar você antes. Não permitiria que meu pai fosse morto por um verme. Alguém que se dizia amigo dele! Pobre papai! Não teve sorte com amigos nessa vida!
- E, pelo visto... também não teve sorte com a família... – dito isso, Kymoro viu um de seus dedos cair em sua testa. Em pouco tempo, suas mãos estariam na ponta da lâmina.
- É melhor segurar mais firme, Kymoro, ou mais dedos poderão cair. Creio que a lâmina já esteja quase cortando os ossos de sua mão. Deve ser uma dor terrível, não é mesmo?
- S-sua... cadela...
- Impressionante como você ainda me insulta, estando nessa situação. Por que vocês homens gostam sempre de se manter por cima, mesmo derrotados por uma mulher?
- M-Matso Hatso... vai... acabar com você...
- Hahahahahaha!! Agora você me fez rir, Kymoro. Decidiu ser engraçado depois de morto? Quero ver sua família achar graça de você quando te encontrarem com as mãos cortadas no fundo desse abismo.
- Eles... virão atrás... de você...
- Que venham! Só acho uma pena ter que sujar minha espada com pessoas tão inúteis!
- V-você... é... muito segura de si... tenho... pena de você...
- Quem deveria estar com pena de quem aqui, Kymoro? Hã? O que há com você? É o fim da linha pra você, meu amigo! Ninguém vai salvar você agora. Menos de um minuto e você estará gritando enquanto cai lá embaixo. Acha que alguém vai chegar aqui a tempo?
- M-meu... Deus...
- Ah, claro. Ele de novo. Acha que seu deus vai salvá-lo agora? Deixe-me contar uma coisa, Kymoro: o seu deus não ajuda as pessoas. É idiotice vocês acharem que estão seguros só porque acreditam nele. Vocês precisam se lembrar que, assim como ele lhes deu livre arbítrio, também o deu para nós, pessoas ruins. Portanto, não espere nenhum milagre, pois milagres não existem. Existem coincidências. E não vai acontecer uma coincidência agora, pode acreditar em mim.
Não havia mais maneira de se segurar. As mãos deslizaram completamente e Kymoro perdeu mais alguns dedos, vindo a cair. Resolveu não gritar enquanto caía. Pelo menos, não daria esse último prazer à Samyra.
A guerreira tirou um pequeno trapo e limpou sua espada. Não parecia satisfeita e nem contrariada. Pensou que deveria estar, pois, por pouco Kymoro não alcançara seu pai antes dela. E ninguém deveria matá-lo, além de...
- Samyra?
Ela não precisou se virar para ver quem era. Conhecia perfeitamente aquela voz.
- Olá... papai!
- Ouvi falar que está à minha procura. Estou aqui agora.
- Bem, não esperava vê-lo tão cedo, mas é bom que esteja aqui.
- Talvez a gente devesse conversar...
- Sim, papai. Vamos conversar. Vamos falar na língua das espadas.
- Tudo bem.
Em breve: LUTA EM FAMÍLIA
8 comentários:
Uau cara!!!
messa demais,
você sabe, sempre adorei essa saga,
e estou louco para ler o próximo
capítlo, mas não precisa se apressar hein?
boa, "vamos falar a língua das espadas"
parabéns,
abraços
uau, essa foi demais, finalmente a Samyra e o Matso Hatso se encontraram, agora eu tô loco pra ver o que acontece.
Cirozinho, meu amiguinho, por que você gosta de torturar seus leitores com tanto suspense??? Isso é maldade, cara! Uma história tão boa, tão interessante, original e perfeita, e a gente tem que esperar indefinidamente para saber o que vai acontecer depois... rsrsrs... Não sei se já falei antes, mas essa é a minha saga favorita!
Yeah! Muito bom mesmo. É uma mistura de Hitokiri Batousai com Black Mamba.
Boa trilha sonora tbm!
Só não entendo uma coisa: Ele queria morrer sem dedo mesmo? hehehehehe
Muito bom isso ai que chamam de saga!
velho ainda nao conhecia essa saga,muito boa mesmo cara aodrei quero ver o que vai acontecer agora vamos ficar nesse suspense e esperar o dialogo espadachin hehehe
muito bom mesmo valeu cirao
Pergunta: será p q q o Régis comenta o texto de quase todos e não o meu? Resposta: Eu comentei ao último, da Hera Venenosa... como naum obtive resposta, num colokei mais! Mas ainda leio as suas coisas e curto bastante!
huahuahauhauhauhauhauhauhauhuahu!
Abç, fi!
Que mané Kill Bill o que, rapaz! O negócio aqui é Matso Hatso!! hehehehe
Olha, até os requintes de crueldade (vide dedos rolando pela lâmina da espada) estão formidáveis!! Essa saga é mesmo muito bacana!! Sinto-me dentro de um gibizão dos mais psicodélicos!!!
E que venha muito maisssssss!!! Showzaço!!
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