sexta-feira, 30 de maio de 2008

Crônicas da cripta - “Clarilda”

Por Ciro M. Costa
Olá. Eu sou Clarilda. Eu já estive entre vocês uma vez, mas, devido a um desses estranhos acontecimentos da vida, eu morri. Agora, eu sou um espírito que está preso na internet. Quando as pessoas morrem, umas vão para o céu, outras vão para o inferno, outras ficam vagando por aí e outras vão parar dentro da internet. Bom, eu sou uma dessas últimas e estou fadada a ficar aqui para o resto da vida. Ou da morte, se preferirem.
Muitas vezes, os espíritos da internet gostam de aprontar com as pessoas. Às vezes eles conversam com você no chat, outras eles invadem o Messenger e fingem ser uma pessoa viva, outras eles mandam e-mails de origem duvidosa, outras eles invadem sites e os destróem... às vezes até somos confundidos com hackers ou vírus. No entanto, eu não faço nada disso. Sou um espírito mais quieto. Também, cá entre nós, esse negócio de sair aprontando com as pessoas é coisa desses homens que não têm o que fazer, não é mesmo? Nós mulheres, temos outras ocupações, mesmo depois de mortas. Minha ocupação é contar histórias de suspense. Por isso, a partir de hoje, eu estarei aqui – não regularmente – contando algumas dessas histórias pra vocês. Não sou nenhuma “Stephanie Queen” (feminino de “Stephen King”), mas farei o que puder.
Bom, a história que escolhi para hoje é a minha mesmo. Há muitos anos atrás, eu era uma garota adolescente que adorava ficar navegando na internet. Gostava de entrar em sites de moda, conversar no chat, baixar músicas, receber e encaminhar e-mails, ler crônicas... enfim, tudo o que se pode fazer na internet hoje em dia e um pouco mais. Sabem, eu estava ficando tão viciada naquilo tudo, que mal saía de casa! Ganhei centenas de amigos virtuais e perdi todos os amigos reais! Minha mãe já estava ficando preocupada com aquilo:
- Clarilda, você não vai almoçar?
- Vou sim mamãe! Espere um minuto.
Mas um minuto sempre se estendia para dez, vinte, trinta, quarenta... uma hora, duas, três, cinco, dez, quinze, dezoito, vinte... até que se transformava em dia. É isso mesmo, pessoal! Vocês podem achar isso um absurdo, mas eu ficava dias e dias em frente àquela tela de computador! Cheguei a deixar um pinico do meu lado para não ter que ir muito longe.
Então alguma coisa estranha foi acontecendo. Uma coisa sinistra. Uma coisa inexplicável. Eu passava tanto tempo na frente daquele computador, que fui ficando igual a ele. Não! Não só isso! Era... era como se eu e o computador estivéssemos nos transformando em um só! Parecia que estávamos conectados em rede! Eu pensava como ele, falava como ele, via como ele, respirava como ele, sentia como ele... até que eu travei como ele! Isso mesmo, pessoal! Travei legal!
Não sei quanto tempo fiquei daquele jeito, mas o caso é que, ao perceber que eu parara de teclar e meu quarto estava quieto demais, minha mãe mandou meu irmão mais novo averiguar o que estava acontecendo de errado. Quando ele entrou no meu quarto, lá estava eu, parada como uma estátua, os olhos arregalados olhando fixamente para o computador. Meu irmão olhou para o monitor e lá estava uma tela azul com a mensagem: “Este programa executou uma operação ilegal e será fechado. Se o problema persistir, contate o seu revendedor”. Meu irmão chamou pelo meu nome, mas eu não respondi.
Vendo meu estado estranho, resolveu ele mesmo solucionar o problema. Pegou o teclado e pressionou “Enter”. Nada. “Esc”. Nada. “Insert”, “F1”, “Home”, “Tab”... Nada! A tela ainda persistia. Então, meu irmão fez uma coisa a qual todos fazemos sempre, mas que no meu caso foi mortal: ele pressionou CTRL + ALT + DEL!! O computador reiniciou. Mas eu não.
Naquele momento, eu morri.
Não percam, da próxima vez, vou contar a história de Ludmilla, a mulher que virou a “Santa dos Irresponsáveis”. Até breve... e cuidado com as sombras debaixo da cama além de você!

6 comentários:

Flavio Carvalho disse...

Boua!

A santa dos irresponsáveis?


deve trabalhar pra caramba, hahahahhaha

Pietro disse...

huahuauhauhahuahuauha

sombras debaixo da cama???

Ricardão?

Anônimo disse...

Ainda ñ li esse texto, mas quero q leiam meu comentário do penúltimo post!!!

Sessyllya ayllysseS disse...

Uauhauahuauha!!!

"Não sou nenhuma “Stephanie Queen” (feminino de “Stephen King”), mas farei o que puder."
Cara, isso foi genial!!!

Então foi assim que a Clarilda morreu... Eu sempre tive curiosidade pra saber... Agora que sei, tenho que dar os parabéns pra vc, nesta data querida... quer dizer, pela criatividade e originalidade...


Bjinhos!!!

Carlos Filho disse...

Repetiu essa, heim? hehehehe
Tá certo que é de outro Blog, mas nós, antigos leitores temos TUDO! hahahahahahaha
Será q foi de outro blog mesmo? hihihi
Mas aqui ó, se quiser eu formato ela, faço a instalação por cabo mesmo@! ohohhohoh

Bruno Carvalho disse...

Ahahahahahahh! Tava com saudades da Clarilda, mesmo não sendo uma de minhas favoritas! Boooooooooooooaaaaaaaaaaa!!
Grande abraço!