Por Bruno C. O. Carvalho
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Nesse conto, subdividido em três partes, o leitor terá a oportunidade de conhecer personagens estranhos, que foram obrigados a exercer trabalhos que sequer tinham aptidão para tal. Tudo acontece na Cidade fictícia chamada “Canto Pequeno” , que de Canto e de pequeno já não tem mais nada, pois simplesmente se transformou na maior metrópole do país! Na parte da história de hoje (que é a mais “chebinha” de todas, daquelas que a gente tem que explicar tudo e deixar o enredo de lado), você conhecerá Doutor Bonifácio, Giuliano, o ator/poeta tímido e também, o professor Pepito. Boa leitura a todos!
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Desde 1815, a cidade de Canto Pequeno prospera muito mais rápido que as cidadezinhas vizinhas. É impressionante que a fórmula para este sucesso é simples e ao mesmo tempo incomum: “Os filhos devem seguir a profissão do pai, e se não seguirem naturalmente, são obrigados a seguir.” Por mais estapafúrdia que a idéia poderia parecer, um fato verdadeiro que podemos constatar, é que a cidade tinha os melhores índices de desenvolvimento, e ainda, a melhor em distribuição de renda, educação, esporte, lazer, etc.
Antigamente era fácil controlar os filhos para atenderem a lei, mas, com os tempos modernos e o lançamento do homem à lua, a cidade de Canto Pequeno precisaria tomar uma urgente decisão: Ou mudar a lei da cidade, ou deixar a coisa como está, não mexer em time que está ganhando!
No século passado, por volta de 1952, casos como o do filho do Professor Bonifácio, o professor Pepito (pois os filhos já nasciam com o nome e cargo que deveriam ter para o resto da vida), a cidade já começava a passar por alguns problemas. Como foi obrigado a lecionar, Pepito dava aulas com “certa má-vontade”, o que ocasionou muitos problemas por ali:
- Cheguei atrasado mesmo... Professor não tem que dar exemplo de nada! Vou ler um jornal aqui nessa merda e tá tudo certo! E se fizer bagunça é zero!
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Isso sem falar no Doutor Geraldo:
- Doutor, desculpe te ligar às três da madrugada, mas é que minha filha está em trabalho de parto aqui! Precisamos de você! Urgente!
- Eu tô assistindo um Corujão sossegado aqui e você me atrapalha?
- O quê! Mas doutor!
- Aperta aí que sai o moleque! E antes que eu me esqueça, mande ele para a puta que o pariu, e também para a mãe da puta que fica ligando pra macho de madrugada!
“- Tsc, Tsc, de uns tempos pra cá, ninguém quer mais crescimento em comunidade! Todos, com o capitalismo querem apenas olhar pelo seu próprio umbigo. Querem seguir seu emprego não se importando com o bem da cidade.”- dizia o prefeito Teobaldo.
E a briga seguia feia! De um lado, os que não concordavam com a lei. Esses faziam de tudo para não seguir as profissões. Alguns trabalhavam como nos casos acima: com uma má-vontade absurda. Outros trabalhavam “mais ou menos”, mas não deixavam de expressar sua revolta. Era comum ver placas pela cidade com os dizeres “Meu tataravô era um filho da puta! Por isso hoje eu sou o merda que sou!”.
E quem disse que o preço do progresso era fácil? Imagine você, caro leitor, ter que seguir a profissão que seu pai trabalhou, e por sua vez a do avô, bisavô, e tudo mais?
Por outro lado, a outra parte da cidade, a maioria, seguia muito bem a lei. Afirmando para todos que a única cidade do mundo onde não havia vadiagem era a deles. Nascia a guerra interna dos habitantes da próspera cidade: De um lado os já citados “Revoltados!”, e do outro, os “Progressistas Conformados!”.
- Olhem os muros dessa cidade! – Dizia um revoltado para o povo – Olhem os muros dessa cidade!
Por outro lado, a outra parte da cidade, a maioria, seguia muito bem a lei. Afirmando para todos que a única cidade do mundo onde não havia vadiagem era a deles. Nascia a guerra interna dos habitantes da próspera cidade: De um lado os já citados “Revoltados!”, e do outro, os “Progressistas Conformados!”.
- Olhem os muros dessa cidade! – Dizia um revoltado para o povo – Olhem os muros dessa cidade!
E o povo olhava para os muros com os dizeres do poeta da cidade, Giuliano:
“Cidade maravilhosa minha,
Minha maravilhosa cidade,
Deixo maravilhado,
Minha gratidão para a eternidade!”
- E quem disse que isso é um poema digno, meu povo! Quem disse? Se defenda Giuliano! Se defenda! Não pessoal, ele não vai se defender! Tem medo do público, pois é tímido! Ele não vai aparecer! Não vamos ouvir a sua voz, assim como não ouvimos na sua última peça! Devemos nos reunir para acabar com essa lei boba! Chega de nos forçar a fazer o que não queremos! Portanto, chamo todos os Revoltados para uma reunião urgente! É agora ou nunca, minha gente! Agora ou nunca!
E assim, munidos de raiva e revolta, várias pessoas seguem “Pedro marceneiro”. Começara a guerra em Canto Pequeno. A guerra que acabaria ou não com a absurda lei do trabalho, afinal a única reclamação de alguns habitantes dali...
Continua...
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E na próxima semana:
- O que faziam com os estrangeiros?
- A revolução dos revoltados!
- O plano do Pastor!
- A triste história de Liberino, o filho do travesti!
- O que faziam com os estrangeiros?
- A revolução dos revoltados!
- O plano do Pastor!
- A triste história de Liberino, o filho do travesti!
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E muito mais! Não perca!!!
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4 comentários:
muito bom, esse é um dos textos que seguirei sem preguiça....hehehehe
"Filho do travesti" foi foda! hahahaha
Faço das palavras do Carlim as minhas! Hahahahhahahaha!!
Destaque para a frase: “Meu tataravô era um filho da puta! Por isso hoje eu sou o merda que sou!” e a fala do Dr Bonifácio!
Brunão, tá massa demaaaaaais, meu! Voltou com FORÇA TOTAL! Acho que estávamos precisando dessa pausa enorme, hein?
Mal posso esperar pra ver as outras partes e essa história do Liberino! Hahahahahhahaha!!!!
Parabéns! Blog ressurrections!!!!
Dona-de-casa é profissão?! Nesse caso, as filhas de donas-de-casa seriam OBRIGADAS a serem também... Argh!!!
Muito boa a idéia, também vou adorar esperar pela seqüência!
Bjim!!!
Nossa
essa seqüência eu não perco por nada...
pensando bem... por QUASE nada!
mal posso esperar bruninho!
Até mais!!!
abraaços!
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