Por Bruno C. O. Carvalho
Cada passo era dado com precisão extrema,
Nunca tropeçou.
Media tudo, e fazia tudo medindo cada detalhe.
Era inteligente, mas não ao ponto de ser maquiavélico.
(“Maquiavélico”, expressão dita erroneamente por muitas pessoas.)
Todo peso tinha a sua medida.
Tudo tinha que ser perfeito para ser... perfeito.
Aliás, para ele, o perfeito não existia.
Perfeito era só Deus, que ele não acreditava.
Não se achava muito esperto, mas se achava mais esperto que os outros.
A porta de sua casa nunca fora esquecida trancada.
Nunca foi roubado ou ludibriado.
Mesmo na infância, sabia o que era certo e o que era errado de se fazer.
Trabalhava e estudava conforme o mundo.
Não tinha sonhos nem ilusões. Estes não existiam, pois sempre eram derrubados
Pela Física e pela Matemática.
As palavras eram apenas palavras. A Gramática era um forma de se expressar através do papel.
Não acreditava na loucura, logo, também não acreditava na arte.
Não tinha medo de nada. Mas não desafiava.
Não gostava de jogos.
Não tinha vícios.
Pensava em cada detalhe antes de fazer algo.
Do contrário, não fazia.
Tudo devia ser muito bem explicado.
Nunca foi feliz.
Tampouco foi triste.
Não amou.
Não deixou ser amado.
Se arrependeu depois.
Mas ninguém ouviu os soluços de seu choro.
Todos estavam mais preocupados com seu velório.
(Que aliás, já estava devidamente pago).
2 comentários:
Muito bom, Brunão!
Belos versos com belos jogos com palavras. Gostei do toque de humor no finalzinho do poema (humor negro). Hehehehehhe!!!
Começamos bem o ano!
Abraço!!
Aiaiai... Fiquei arrepiada com esse texto... Não sei por que, mas acho que conheço alguém assim... Alguém que está muito perto... Ahahahah!!!
Bjim!!!
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