Estava observando seus funcionários atenderem os clientes, e pensando: “Putz, ‘Papelaria Papers’! Por que diabos fui colocar esse nome? Naquela época era legal colocar nomes em inglês em estabelecimentos... mas hoje isso se tornou ridículo! Na primeira oportunidade eu vou...”
De repente, Joel apareceu correndo, vindo do depósito e gritando:
- Senhor Meredito! Senhor Meredito! Venha ver isso!!!
Meredito levantou-se apressado e correram para os fundos.
- O que houve, Joel???
- Só vendo mesmo pro senhor acreditar!
Quando chegou ao depósito, Meredito, mesmo vendo, não acreditou:
- Que diabos é isso???
- Olá, senhor mercador! – estava ali, na sua frente, um guerreiro medieval, segurando uma espada e um escudo. – Preciso encontrar Mirídiam.
- Isso é alguma brincadeira??? – perguntou Meredito à Joel.
- A-acho que não! – disse Joel, ainda assustado. – Eu vim pegar umas folhas Chamex aqui no fundo, quando de repente esse sujeito aí apareceu no meio de um clarão, do nada!
- Clarão???
- Pois é. Acho que ele veio de outra dimensão ou algo assim. Já li algo a respeito em alguns gibis.
- Ora, não seja ridículo, Joel!! Você aí, cara fantasiado! Saia da minha loja!
- Senhor mercador, eu não pretendia incomodá-los. – disse o guerreiro. – Estou apenas procurando Mirídiam!
- Então que vá procurar em outro lugar! – e Meredito abriu a porta dos fundos. – Saia, já!
- Tudo bem!
No entanto, algo estranho aconteceu. Assim que tentou sair da papelaria, o guerreiro bateu de cara com a abertura da porta, como se houvesse uma barreira invisível. Tentou novamente, e não conseguiu.
- Eu não consigo sair, senhor mercador!
- Ora, não temos tempo pra brincadeiras! – Meredito pegou o guerreiro pelo braço, forçando-o a sair. Mas também não conseguiu. Parecia realmente que algo o impedia de sair dali.
- Que diabos...?
- Estou falando, senhor Meredito – disse Joel. – Esse cara não é desse mundo!
- Pare de falar asneiras, Joel. Vamos levá-lo pela porta da frente!
- Na frente dos clientes?
- Vai ser o jeito.
Pegaram o guerreiro pelos braços e o conduziram até a frente.
- Estão me levando para Mirídiam?
- Cale a boca, seu bêbado maluco! – disse Meredito.
Como não podia deixar de ser, os funcionários acharam aquilo estranho. O patrão e Joel conduzindo um cara fantasiado com uma armadura medieval, dizendo “Quero ir para Mirídiam!”. Já os clientes, acharam que fosse algum tipo de jogo de marketing.
Novamente, não conseguiram tirar o guerreiro da papelaria. Ele simplesmente não conseguia passar pela porta da frente. Depois, tentaram jogá-lo por uma das janelas, mas também era impossível. Seja lá o que fosse, estava preso dentro da papelaria.
- Que diabos está acontecendo aqui? – perguntou Meredito. – Eu vou é chamar a polícia!
A polícia foi até o local, mas também não conseguiu resolver o problema. 5 guardas tentaram arrastar o guerreiro pra fora, mas foi em vão. E ele continuava falando:
- Estão me levando para Mirídiam?
Até que os guardas finalmente desistiram. Um deles falou a Meredito:
- Infelizmente, não é possível tirá-lo daqui, senhor. Há algo de sobrenatural impedindo a passagem. Já li algo a respeito em um livro de ficção.
- Ah, tenha dó! – disse Meredito, zangado.
A polícia foi embora, e o guerreiro continuou na papelaria por todo o dia. Fez amizade com todos os funcionários da loja, e contou sua história para cada cliente que ali entrava (estes continuavam achando que era tudo um jogo de marketing).
- Vim do reino de Támola. Estou à procura de Mirídiam para vingar minha amada. Preciso derrotar o cavaleiro negro de Ravesb...
- Tá, tá, chega!!! – disse Meredito, interrompendo-o. – Já ouvimos essa história várias vezes hoje! Tome, vá levando esses pacotes lá pro depósito. Já que está preso aqui, pelo menos seja útil!
- Mas senhor mercador, eu sou um guerreiro e preciso encontrar...
- Ande logo! E pare de me chamar de ‘mercador’!!
- Sim, senhor mercador!
Chegada a hora de fechar a papelaria, os funcionários arrumaram alguns papelões e isopor de modo que o guerreiro pudesse dormir no depósito. Despediram-se:
- Até amanhã, guerreiro!
- Até! – disse o guerreiro. – Mas amanhã partirei bem cedo com meu cavalo, em busca de Mirídiam, se conseguir sair daqui. Aliás, alguém viu meu cavalo?
Enquanto trancava a papelaria, Meredito teve a leve sensação de que o guerreiro não iria conseguir sair da papelaria nem no dia seguinte, nem no outro, nem no outro...
- E agora, senhor Meredito? – perguntou Joel. - O que fazemos com ele?
- Bem... – disse Meredito, pensativo. – Parece que ganhamos um vigia noturno. E o que é melhor... de graça!
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Nota do autor: esse texto não é nenhuma gozação às pessoas de outra dimensão que aparecem dentro de papelarias. Muito pelo contrário. Tal condição não é digna de gozações, e sim de solidariedade. Devemos nos unir mais e nos conscientizar de que elas precisam de nossa ajuda, pois muitas das vezes não conseguem voltar pra casa, e precisam se adaptar ao nosso mundo. Deus abençoe a todos!
5 comentários:
Ahahahahahahahahah!!!
Uhiauhaiuhuihiauahiuahi!!!
Ciro, vc é o melhor!!!
Sem mais comentários!!!
Ahahahahahahahahah!!!
Uhiauhaiuhuihiauahiuahi!!!
Ciro, vc é o melhor!!!
Sem mais comentários!!! [2 votos!!!]
Mas tem continuação? Tô curioso! ahuhuahauhahaua E quem/ o quê é Mirídiam???
:O
Hahahahaha... Falá nada! FALÁ NADAAAA! hahahahaha
É uma pandega mesmo!
Hahahahahahahahah! Mais uma vez, genial! Papelaria papers ahahahhahahahah! ai...ai...ai...
Abração!
Nota do autor: esse texto não é nenhuma gozação às pessoas de outra dimensão que aparecem dentro de papelarias. Muito pelo contrário. Tal condição não é digna de gozações, e sim de solidariedade. Devemos nos unir mais e nos conscientizar de que elas precisam de nossa ajuda, pois muitas das vezes não conseguem voltar pra casa, e precisam se adaptar ao nosso mundo. Deus abençoe a todos!
Morri de rir
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