Por Ciro M. Costa, mais um capítulo da saga de Matso Hatso
Enquanto lê, ouça essa música:
Atenção: o acontecimento abaixo se passa antes de tudo o que você já leu sobre essa saga...
Já era de tardezinha no Vilarejo de Hankensei. Naqueles tempos, esse horário foi muito temido pelos moradores de todos os vilarejos locais, devido aos boatos de ladrões-assassinos nas redondezas.
Mas naquele dia, os moradores descobriram que não eram boatos. Os Homens de Makyro (como eram chamados) invadiram Hankensei repentinamente e foram tomando tudo e matando quem estivesse em seu caminho. Não demorou muito até que a notícia se espalhasse e os guerreiros locais ficassem a postos. Matso Hatso, ainda jovem e já pai de três pequenas filhas, pegou sua espada e foi à luta, deixando-as sozinhas em casa.
- P-papai, não quero ficar sozinha! – disse a pequena Kyra.
- Não se preocupe, minha filha! Suas irmãs vão cuidar de você! Eu voltarei, prometo!
Era uma escolha difícil, porém, se os assassinos chegassem até sua casa, poderia ser bem pior.
As três pequenas, Kyra, Mahyra e Samyra se abraçaram, enquanto escutavam os gritos de pavor vindo do lado de fora. Kyra e Mahyra não paravam de chorar, enquanto Samyra estava quieta. Parecia não ter medo, e sim raiva de tudo o que estava acontecendo. Se não fosse tão pequena, talvez estivesse lá fora lutando ao lado do pai. Ou quem sabe, sozinha.
Aqueles minutos pareciam horas. De repente, ouviu-se um barulho...
CRAAAAAAASH!!!!
A porta de entrada fora para o chão. Kyra e Mahyra cortaram o choro. Uma voz raivosa perguntou:
- Matso Hatso??? Você está aí?
Não houve resposta.
Vários homens encapuzados e portando espadas entraram na casa, derrubando tudo, como se procurassem por qualquer coisa. Não demorou muito até que encontrassem as meninas...
- Ora, ora... – disse Makyro Kamro. – Se não são as jóias de Matso Hatso? Vocês duas se parecem muito com sua mãe. Sua falecida mãe... me digam... onde está o cretino do seu pai???
- N-não sabemos! – disse Mahyra, amedrontada.
Um guerreiro a pegou pelo pescoço e apontou-lhe a espada.
- A pequena Mahyra... sempre metida a boazinha e agora escondendo o pai. Vai acabar morrendo muito cedo... e você, garota? – perguntou à Kyra. – Vai dar essa mesma resposta e ver sua irmã morrer na sua frente? Ou vai me falar onde está seu pai e depois morrer junto com ela???
- Eu... eu... por favor, moço... não...
- É uma pena, pequena. Porque não hesitarei em matar as duas, assim como já matei diversas crianças por aí. Não será difícil achar seu pai de qualquer jeito. Quero que... ei! Espere aí! Só vejo duas meninas! Onde está a pequena de cabelo vermelho? Como ela se chama mesmo?
De repente, as luzes se apagaram. E veio a resposta:
- Samyra Hatso.
Makyro jamais se esqueceria daquele nome e daquele momento. Em meio à escuridão, só se ouvia gemidos de desespero e dor. Makyro sentiu gotas de sangue espirrarem em seu rosto, e, pelos gritos, descobriu que era de seus capangas.
- Aaaaaaaaaaargh!!!!!!! Nãããão!!!! Aaaaaaaarrr....
Menos de um minuto, a luz estava acesa. Samyra Hatso portava uma pequena faca. Estava em pé, ensangüentada, e aos seus pés estavam os guerreiros mortos de Makyro Kamro.
- C-como você...
Antes que Makyro terminasse sua pergunta, Samyra olhou-o seriamente nos olhos e disse:
- Não pergunte como fiz isso, Makyro. Ao invés disso, deveria se perguntar porque o deixei vivo.
Tanto Makyro quanto as irmãs estavam pasmos. Parecia que naquele momento, não era Samyra quem lhes falava. De sua voz, saiu um tom diferente de tudo o que eles jamais haviam ouvido, como se a garota estivesse possuída.
- Bem... – disse Makyro, tentando parecer tranqüilo. – Em outras circunstâncias eu diria que você me deixou vivo porque sou um guerreiro bem melhor que esses que você acaba de matar. Diria também que você está com medo de mim...
- Mas você sabe que não é o caso, não é mesmo?
Makyro não respondeu.
- Deixei você vivo, cretino, porque você não é problema meu. Você é problema de meu pai. Ele é quem tem contas a acertar com você.
- Eu...
- Agora, se você tocar em fio de cabelo de minhas irmãs, aí a coisa vai mudar de figura.
O guerreiro não duvidou dessas palavras um segundo sequer. Por outro lado, pensou consigo que havia feito algo muito errado. Percebeu que era cedo demais para invadir a casa de seu inimigo e acabar com ele e sua família. Estava ali, bem na sua frente e cheia de sangue, uma promessa de que as coisas poderiam ficar muito mais interessantes, se ele tivesse mais paciência e esperasse mais alguns anos.
Makyro então embainhou sua espada, sem tirar os olhos de Samyra.
- Fez a escolha certa, por enquanto. – disse Samyra.
De repente, numa velocidade incrível, Samyra pulou para cima de Makyro, fazendo-lhe um corte violento em seu rosto.
- O que você está... AAAARGH!!!
Mahyra tentou tapar os olhos de Kyra, mas já era tarde. O sangue de Makyro já derramara pelo cômodo.
- Eu lhe deixo vivo hoje, Makyro. Mas não significa que não possa deixar uma marca em você, por ter ameaçado minhas irmãs. Agora, faça um favor a si mesmo e saia daqui!
Makyro limpou o sangue de seu rosto.
- Eu vou. Mas isso ainda não está terminado, garotinha.
- Eu sei que não.
E Makyro Kamro sumiu por um bom tempo.
Ao chegar em casa minutos depois, Matso Hatso soubera da história toda através de sua filha Kyra. No entanto, não acreditou em nada daquilo. Pensou que como as luzes se apagaram, talvez o próprio Makyro tenha matado seus capangas, e Samyra tenha se aproveitado da situação.
Mal sabia ele...
Enquanto lê, ouça essa música:
Atenção: o acontecimento abaixo se passa antes de tudo o que você já leu sobre essa saga...
Já era de tardezinha no Vilarejo de Hankensei. Naqueles tempos, esse horário foi muito temido pelos moradores de todos os vilarejos locais, devido aos boatos de ladrões-assassinos nas redondezas.
Mas naquele dia, os moradores descobriram que não eram boatos. Os Homens de Makyro (como eram chamados) invadiram Hankensei repentinamente e foram tomando tudo e matando quem estivesse em seu caminho. Não demorou muito até que a notícia se espalhasse e os guerreiros locais ficassem a postos. Matso Hatso, ainda jovem e já pai de três pequenas filhas, pegou sua espada e foi à luta, deixando-as sozinhas em casa.
- P-papai, não quero ficar sozinha! – disse a pequena Kyra.
- Não se preocupe, minha filha! Suas irmãs vão cuidar de você! Eu voltarei, prometo!
Era uma escolha difícil, porém, se os assassinos chegassem até sua casa, poderia ser bem pior.
As três pequenas, Kyra, Mahyra e Samyra se abraçaram, enquanto escutavam os gritos de pavor vindo do lado de fora. Kyra e Mahyra não paravam de chorar, enquanto Samyra estava quieta. Parecia não ter medo, e sim raiva de tudo o que estava acontecendo. Se não fosse tão pequena, talvez estivesse lá fora lutando ao lado do pai. Ou quem sabe, sozinha.
Aqueles minutos pareciam horas. De repente, ouviu-se um barulho...
CRAAAAAAASH!!!!
A porta de entrada fora para o chão. Kyra e Mahyra cortaram o choro. Uma voz raivosa perguntou:
- Matso Hatso??? Você está aí?
Não houve resposta.
Vários homens encapuzados e portando espadas entraram na casa, derrubando tudo, como se procurassem por qualquer coisa. Não demorou muito até que encontrassem as meninas...
- Ora, ora... – disse Makyro Kamro. – Se não são as jóias de Matso Hatso? Vocês duas se parecem muito com sua mãe. Sua falecida mãe... me digam... onde está o cretino do seu pai???
- N-não sabemos! – disse Mahyra, amedrontada.
Um guerreiro a pegou pelo pescoço e apontou-lhe a espada.
- A pequena Mahyra... sempre metida a boazinha e agora escondendo o pai. Vai acabar morrendo muito cedo... e você, garota? – perguntou à Kyra. – Vai dar essa mesma resposta e ver sua irmã morrer na sua frente? Ou vai me falar onde está seu pai e depois morrer junto com ela???
- Eu... eu... por favor, moço... não...
- É uma pena, pequena. Porque não hesitarei em matar as duas, assim como já matei diversas crianças por aí. Não será difícil achar seu pai de qualquer jeito. Quero que... ei! Espere aí! Só vejo duas meninas! Onde está a pequena de cabelo vermelho? Como ela se chama mesmo?
De repente, as luzes se apagaram. E veio a resposta:
- Samyra Hatso.
Makyro jamais se esqueceria daquele nome e daquele momento. Em meio à escuridão, só se ouvia gemidos de desespero e dor. Makyro sentiu gotas de sangue espirrarem em seu rosto, e, pelos gritos, descobriu que era de seus capangas.
- Aaaaaaaaaaargh!!!!!!! Nãããão!!!! Aaaaaaaarrr....
Menos de um minuto, a luz estava acesa. Samyra Hatso portava uma pequena faca. Estava em pé, ensangüentada, e aos seus pés estavam os guerreiros mortos de Makyro Kamro.
- C-como você...
Antes que Makyro terminasse sua pergunta, Samyra olhou-o seriamente nos olhos e disse:
- Não pergunte como fiz isso, Makyro. Ao invés disso, deveria se perguntar porque o deixei vivo.
Tanto Makyro quanto as irmãs estavam pasmos. Parecia que naquele momento, não era Samyra quem lhes falava. De sua voz, saiu um tom diferente de tudo o que eles jamais haviam ouvido, como se a garota estivesse possuída.
- Bem... – disse Makyro, tentando parecer tranqüilo. – Em outras circunstâncias eu diria que você me deixou vivo porque sou um guerreiro bem melhor que esses que você acaba de matar. Diria também que você está com medo de mim...
- Mas você sabe que não é o caso, não é mesmo?
Makyro não respondeu.
- Deixei você vivo, cretino, porque você não é problema meu. Você é problema de meu pai. Ele é quem tem contas a acertar com você.
- Eu...
- Agora, se você tocar em fio de cabelo de minhas irmãs, aí a coisa vai mudar de figura.
O guerreiro não duvidou dessas palavras um segundo sequer. Por outro lado, pensou consigo que havia feito algo muito errado. Percebeu que era cedo demais para invadir a casa de seu inimigo e acabar com ele e sua família. Estava ali, bem na sua frente e cheia de sangue, uma promessa de que as coisas poderiam ficar muito mais interessantes, se ele tivesse mais paciência e esperasse mais alguns anos.
Makyro então embainhou sua espada, sem tirar os olhos de Samyra.
- Fez a escolha certa, por enquanto. – disse Samyra.
De repente, numa velocidade incrível, Samyra pulou para cima de Makyro, fazendo-lhe um corte violento em seu rosto.
- O que você está... AAAARGH!!!
Mahyra tentou tapar os olhos de Kyra, mas já era tarde. O sangue de Makyro já derramara pelo cômodo.
- Eu lhe deixo vivo hoje, Makyro. Mas não significa que não possa deixar uma marca em você, por ter ameaçado minhas irmãs. Agora, faça um favor a si mesmo e saia daqui!
Makyro limpou o sangue de seu rosto.
- Eu vou. Mas isso ainda não está terminado, garotinha.
- Eu sei que não.
E Makyro Kamro sumiu por um bom tempo.
Ao chegar em casa minutos depois, Matso Hatso soubera da história toda através de sua filha Kyra. No entanto, não acreditou em nada daquilo. Pensou que como as luzes se apagaram, talvez o próprio Makyro tenha matado seus capangas, e Samyra tenha se aproveitado da situação.
Mal sabia ele...
4 comentários:
Mal sabia ele!
Vou querer ler o próximo episódio. Gente, como rende esse personagem!!!
Concordo com todos acima!
Absolutamente genial!
Matso Hatso é sempre bom!!
O problema agora é ter que lidar com a curiosidade!
Muito bom mesmo, cara! Meus sinceros parabéns!
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