sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O genro de José Rafaskos - Parte final

Pintado por Ciro M. Costa

Meia hora se passou, e Ramildo retornou com seis garrafas de cerveja e uma garrafa térmica.
- Olha a cerveja! – Ele disse, alegremente.
- Hum... – Disse Rafaskos. – Essa é da cerveja que eu gosto!
- Claro que é! Eu comprei especialmente para o senhor!
- Já que eu não bebo, então acho que vou...
- Calma aí, sogrinha! Eu sabia que a senhora não bebia, então trouxe um suco de uva que minha mãe fez!
- Bom, eu gostaria muito, mas...
- Por favor! Um suco de uva feito por minha mãe é mais do que um presente, D. Sebastina! Garanto que a senhora nunca bebeu um suco de uva assim!
- Bom... está bem!
Satisfeita, Jaynara deu um beijo em Ramildo, por este estar tentando agradar seus pais. Rafaskos, por sua vez, queria mais era beber aquela cerveja logo para que o genro fosse embora de uma vez.

- E então, Sr. Rafaskos? – Disse Ramildo, alegremente, após a quarta cerveja. – Vai querer mesmo que eu pinte sua parede com minha brocha? Hahahahahahahahahah!!!
- Ramildo? – Disse Jaynara.
- Hahahahahahaha!!! – Riu Rafaskos. – Acho que não! Sua brocha é tão brocha que não vai conseguir pintar é nada! Hahahahahaaha!!
- Hahahahahahahahah!! Boa, boa! – Riu Ramildo.
- Hahahahahah! – Riu a D. Sebastina. – Como vocês são bobos! Ramildo, devo lhe dizer que sua mãe está de parabéns! Realmente esse suco de uva é muito bom! – E bebeu outro copo.
- É o melhor suco de uva que há, D. Sebastina, isso eu lhe garanto!
- Mamãe, desse jeito a senhora vai beber a garrafa toda! – Disse Jaynara.
- Minha filha, esse suco é tão bom que acho que vou beber a garrafa toda e ainda ficar com vontade de beber mais!
- Pode apostar que sim, D. Sebastina! Hahahahaha!!! – Disse Ramildo.
Rafaskos abriu mais uma garrafa de cerveja. Já estava ficando meio tonto e percebera que estava começando a gostar do genro. No entanto, ainda não entendia como o mesmo podia ser tão superior àquela situação toda. Não depois que ele (o sogro) lhe tirara tanto sarro na frente da namorada.
Quanto à Jaynara, somente observava a tudo...
- Jaynara, seu pai é mesmo demais! Hahahahahah!!! – Disse Ramildo. – O cara é o maior piadista que já vi em toda a vida!
- Que bom que pensa assim, Ramildo! – Disse Jaynara, sorrindo.
- Ramildo... – Disse Rafaskos.
- Sim, sogrão?
- Quando você brocha, você ri também? Hahahahahahahahahahah!!!!
- Hahahahahahahahahahah!!! Acho que não, sogrão!!! Hahahahahahaha!!! E você?
- Hahahahahah!!! Eu? Brochar? Hahahahahah!!! Eu sou o Rafaskos, rapaz!
- Sei... vai me dizer então que nunca brochou na vida?
- Claro que não! Nunca!
Neste instante, Sebastina, que já estava com um comportamento meio estranho, entrou na conversa:
- Larga de ser mentiroooooso, Rafaskos!!!
Os outros a olharam.
- Mamãe?
- Hahahahahaha!!! – Riu Rafaskos. – Resolveu entrar na brincadeira também, Sebastina?
- Hahahahahahahahahaha!!! Mas eu não estou brincando, Rafaskos! Hahahaahahahh!!
- Mamãe? A senhora está... bêbada?
- Só um pouquinho! Hahahahahahahahaha!!
Rafaskos olhou para Ramildo, severamente.
- O que há nesse suco de uva, rapaz?
- Bom... talvez um pouquinho só... de vinho! Hahahahahahah!!!
- O quê???
- Então – continuou Ramildo - temos outro brocha aqui na roda?
- Brocha uma ova!!!
- Brocha sim, Rafaskos! – Disse Sebastina. – Eu é quem posso falar disso!
- Conte mais, D. Sebastina! – Disse Ramildo, olhando com olhar sacana para Rafaskos.
- Ramildo!!!! – Disse Jaynara.
- Ela não vai falar nada! – Disse Rafaskos, já meio nervoso.
- Ora, Rafaskos – disse Sebastina – você fica tirando sarro do rapaz, mas você também não consegue se manter sempre... sempre... firme! Hahahahahahahahaha!!!!
- Não diga...! – Disse Ramildo.
- É sério! Hahahahahahahah!!! A gente custou a fazer a Jaynara!!! Hahahahahahahahah!!!
- Mamãe!!!!!!
- Ela está mentindo! – Disse Rafaskos.
- Não estou não, Rafaskos! E você sabe disso!
- Que coisa, hein sogrão? Ou devo dizer... brochão? Hahahahahahahahahahahaha!!!
Jaynara foi até sua mãe e lhe tomou garrafa de “suco de uva”. Era tarde, pois D. Sebastina já havia tomado tudo.
- Que coisa mais feia, hein Ramildo?
- Desculpe, Jaynara! Mas é que eu queria tornar essa noite um pouco mais agradável! Hahahahahahah! Não é, D. Sebastina?
- Hahahahahahahaha!!! Boa, meu genro! E a noite será mais agradável ainda se o Rafaskos conseguir fazer alguma coisa hoje na cama! Hahahahahahahahah!!!
- Hahahahahahahahahahahahahahahahahahah!!!! – Desta vez, Ramildo riu com vontade.
- Agora, já chega! – Disse Rafaskos. – Você vai pra cama, Sebastina!
- Pra quê? Pra dormir? Hahahahahahahahahaha!!! Só se for, porque para “outras coisas”, tá difícil!!! Hahahahahahahahaha!!!!
- Hahahahahahahahahahahahahahahahah!!!! – Riu Ramildo novamente.
- Bah! Ela não sabe o que está falando! – Disse Rafaskos.
Neste instante, D. Sebastina deu uma risadinha infantil e saiu correndo para dentro de casa.
Jaynara virou-se para Ramildo, e disse:
- Tá vendo, Ramildo? Aposto que ela foi vomitar!
- Isso é normal, Jaynara! Amanhã ela estará melhor! Isso, se o sogrão não brochar hoje... de novo! Hahahahahahahahahah!!!
- Há-há-há! – Disse Rafaskos, nada satisfeito.
- O que é isso agora, sogrão? Tá estressado?
- Não. Apenas não sei do que é você está achando tanta graça!
- Oras, de nada! Só de sua... incapacidade para certas coisas! Hahahahahahahaha!!!
- Bah! Todos aqui sabem que isso é mentira, rapaz! Sebastina está completamente bêbada e não sabe do que está falando! Você não tem como...
- QUEM QUER VIAGRA???? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!! – Riu D. Sebastina, jogando um punhado de comprimidos azuis para cima. – UHÚÚÚÚÚ!!!!
- Mamãe!!!!!!!!!!!
Ramildo riu tanto, que caiu da cadeira.
- Hahahahahahaahahahahahahahahahahahaahhahahahahahahahahahah!!!!!!
Rafaskos colocou as mãos na cabeça. Teve vontade de matar Sebastina. E Ramildo também.
- Há tempos não me divirto assim! Hahahahahahaha!!! – Disse Sebastina.
- Hahahahahahahahaha!!! Nem eu!! Hahahahahahahahah!! – Riu Ramildo.
O sogro o olhou furiosamente.
- Hahahahahaha... ai... ai... bom, acho que já está na hora de ir! – Disse o rapaz, e levantou-se. – Até D. Sebastina! Até Sr. Rafaskos! – Ao dizer este nome, Ramildo fez o mesmo sinal com o dedo caindo que Rafaskos lhe fizera na mesa de jantar, e assobiou – Fiiiiuuuuu!!!! Hahahahahaha!!!!
- Até genro! Volte mais vezes! – Disse D. Sebastina.
- Suma daqui! – Disse Rafaskos.
Jaynara acompanhou Ramildo até a porta.
- Bom, acho que está tudo acabado depois de hoje, não é? – Disse Ramildo.
- Não se faz o que você fez hoje, Ramildo! – Disse Jaynara.
- Oras, querida! Você sabe que seu pai mereceu!
- Sim, mas minha mãe não pode beber! Você a enganou!
- Desculpe, mas algumas brincadeiras exigem certos sacrifícios! Hehehehehe!!!
- Adeus, Ramildo!
- Adeus, Jaynara! Mais sorte com o próximo namorado! Hahahahahahahah!!!
Ramildo voltou para casa e, naquela noite, dormiu muitíssimo bem. Como há muito tempo não dormia.

3 comentários:

Sessyllya ayllysseS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rubens Salomão disse...

Concordo com a Cecília, Ciro. E também senti falta da Hiena Sqüilkor (ainda não sei se é assim que escrever, rs).
Mas devo dizer também que José Rafaskos se deu bem em uma história solo.

Giovanni disse...

Esse tal de RAfaskos acha que é vergonha homem brochar? Que vergonha!!! Mas isso ocorre com o orgulho masculino, ou seja, homem nenhum quer brochar, mas há ocasiões que isso pode ocorrer sim, é natural.