terça-feira, 31 de outubro de 2006

O homem que achou que era Deus...


E de repente ele tinha todos os poderes do mundo. Podia ser quem ele quisesse, na hora em que quisesse e como quisesse. É claro que ele adorou a nova vida. Não entendeu nada, é certo, mas adorou. Imagine você caro leitor: um dia “você mesmo”, no seu emprego, em sua vida normal, em seu cotidiano. No outro dia, logo ao amanhecer, praticamente “Deus”. É estranho de entender, mas impossível não aceitar. Quem não aceitaria ter o poder de conquistar quem quiser? Ter o que quiser? Fazer o que quiser? Além de poder dominar o tempo, o universo, as pessoas, e tudo isso sem nenhuma restrição? Como já disse, é estranho de entender, mas impossível não aceitar.
E ele aceitou. E daquele momento em diante era o que queria ser: O melhor, o imbatível, o conquistador, o sinistro, o japonês, o boca de cavalo, o mosquito da dengue... enfim, o que ele queria ser! Dinheiro já não era mais problema, tempo, muito menos, a “vida difícil” que levava era apenas uma mera lembrança de um passado remoto.
Nem por isso ele deixou de ser “humano”. E como ser humano que era achou que era Deus. Achou que o mundo era dele e que podia fazer o que quiser ( e realmente podia, tanto que fez). Daí Ele mudou paisagens, personalidades, países, pessoas e tudo mais. Como ser humano que era passou a reclamar que ser Deus era sem graça, ter poderes era simplesmente sinônimo de falta de emoção. Enjoou daquela vida.
Entre uma transformação e outra se deparou com um senhor, um sujeito simples. Este senhor chamou-lhe a atenção, pois o velho estava rindo de si – mesmo e falando sozinho. Ria de sua vida miserável, que desgraça pouca para ele era bobagem e que tinha boa vida e ainda podia tomar uma cachacinha de vez em quando, de abraçar o netinho querido e inesperado (pois a filha ficou grávida sem querer), de fazer uma piada com a própria desgraça, de chupar uma laranja no meio da tarde e sentir o melhor gosto que um homem poderia sentir. O velho estava apenas sozinho e feliz, nada mais do que isso.
Logo o homem que tinha poderes percebeu que não era Deus. Percebeu que ainda estava muito abaixo disso. Que apesar de tudo, ainda não possuía a divindade. Que a divindade ainda estava longe de ser alcançada por ele. Continuou então com tudo, mas, daquele momento em diante, sabendo que o seu tudo era absolutamente nada...

10 comentários:

Ciro disse...

"Japonês, boca de cavalo, mosquito da dengue"... hahahahahahah!!! Uma boa estréia, Brunão! Vejo que mantém o seu velho estilo, o que é bom.

Mas... vai ter continuação, né?

Gde abraço!

Anônimo disse...

HAhahahahahahahah, também caguei de rir dessa parte do "Japonês, Boca de cavalo...." hahahahahahahahha

Realmente um bom texto de facil absorção e bom entendimento.
Aliás todos somos bostas e entendemos isso! hehehehe

Anônimo disse...

Mto Bom...
espero q continue tb.
Bjos

Anônimo disse...

E aê, Bruno, Blz???
Pior, né, cara, poder ser o kiser deve ser muito entediante mesmo. Tanto q o tal cara q achou q era Deus kis ser justamente as coisas + estrambóticas (rsrsrs). Eu ia kerer me transformar temporariamente num ninho de cobras... (rsrsrs) E vc???
Bjos!!!

Sessyllya ayllysseS disse...

Ah, mesmo sabendo que poder ser tudo acaba sendo absolutamente nada, eu queria ser esse cara aí. E se eu fosse ele, eu queria ser o trema.
Adorei o texto! Imagina se eu pudesse ser o trema?! O que eu sentiria ao saber q querem acabar comigo aqui no Brasil???
Bjão, Brunão!!!

Flavio Carvalho disse...

Boa fera! Excelente estréia!

Anônimo disse...

Brunão, e essa arma na mão do "homem" apontando pra Deus?
Q montagem é essa ?
Hahahahahahahaa

Anônimo disse...

MOSQUITO DA DENGUE? HAHAHAHAHAHAHAAHHA... MTO BOM!
Achei lindo! Parabéns!
Sempre OS MELHORES!!

Anônimo disse...

Tinha que ser meu filho,viram que lindo?...
beijos
elsi

Felipe Carvalho disse...

Que se dane a divindade, eu quero é P(h)ODER!!! hahahahahahahahaha Perdoem o trocadilho!
Genial, amigo! Começastes muito bem!