Edgar Sassine Reis, esse era o homenzinho baixo e gordo que sempre acordava mais cedo para fazer o café da manhã. Olhando pela janela da cabana, ele podia ver ao longe as copas das arvores mais baixas, a Amazônia não lembrava muito sua terra, a Turquia. Mesmo assim uma onda de nostalgia percorria todos os seus pensamentos naquela manhã.
De repente, ouviu-se um barulho que vinha da outra parte da cabana. Devia ser o Dr. Tugwane, que sempre acordava depois dele. Estava errado. Excepcionalmente naquele dia, Udo, o alemão, havia acordado primeiro. Olhou para os ovos sendo estralados por Edgar e perguntou em um inglês bastante forçado:
- São bons estes ovos que eu peguei ontem?
Antes de responder, Edgar pensou: “O dr. Tugwane sabia escolher a sua equipe, Udo, apesar de nascer em um país industrial, possuía uma larga experiência em botânica e zoologia, sabia reconhecer uma espécie “só de olhar”, mas resolveu sacanear um pouco e respondeu:
- Provavelmente são ovos de lagartos, pois são difíceis de fritar.
Udo deu uma gargalhada, típica de um capitão de navio e sentou-se na mesa improvisada por Edgar.
Logo depois chegou o Dr. Tugwane. Como sempre foi até a mesa sem dizer nada. Os outros somente olhavam a figura daquele homem, e sempre respeitaram o seu jeito calado de ser. Era um jovem brilhante, que saiu da pobreza de seu país para se tornar um grande cientista. Eles o admiravam por isso.
No meio daquele silêncio de homens, pois os pássaros faziam algum barulho, o Dr. Tugwane falou:
- Minha mãe era uma prostituta.
Edgar e Udo se olharam e depois ficaram a contemplar o Dr. Assustados, pois ele nunca havia se portado daquela maneira.
- Fui criado nas docas – continuou o doutor – e enquanto minha mãe trabalhava a noite satisfazendo os marinheiros, eu observava a lua refletida no mar e enquanto o sol acordava, eu continuava dormindo. Até que um dia eu vi o nascer do sol, com todas as gaivotas a fazer parte do espetáculo, me apaixonei pela vida em todas as suas formas.
Minha mãe percebeu isso, e passou a trabalhar ainda mais para que eu pudesse viajar e estudar as ciências que hoje conheço. Se hoje eu sou um cientista, foi graças ao dinheiro sujo e amassado que minha mãe ganhava dos marinheiros. Dia após dia eu vi a sua expressão cansada enquanto preparava o café da manhã. Ela passava a noite em claro para que meu futuro fosse sempre como o nascer do sol: brilhante e majestoso.
Udo se levantou enquanto Edgar se aproximava. Os dois ficaram em pé ao lado do doutor, que permanecia com a cabeça baixa olhando o centro da mesa. Udo colocou a mão no ombro do doutor e disse:
- Vamos para a aldeia esta noite. Vamos brindar a sua mãe, que presenteou o mundo com o cientista mais brilhante que já conheci.
- Sim – disse Edgar; Vamos sair e nos divertir até o sol raiar, pois não existe dinheiro sujo, somente intenções. E sua mãe nos provou que as intenções dela eram tão limpas quanto o sol pelo qual somos apaixonados.
De repente, ouviu-se um barulho que vinha da outra parte da cabana. Devia ser o Dr. Tugwane, que sempre acordava depois dele. Estava errado. Excepcionalmente naquele dia, Udo, o alemão, havia acordado primeiro. Olhou para os ovos sendo estralados por Edgar e perguntou em um inglês bastante forçado:
- São bons estes ovos que eu peguei ontem?
Antes de responder, Edgar pensou: “O dr. Tugwane sabia escolher a sua equipe, Udo, apesar de nascer em um país industrial, possuía uma larga experiência em botânica e zoologia, sabia reconhecer uma espécie “só de olhar”, mas resolveu sacanear um pouco e respondeu:
- Provavelmente são ovos de lagartos, pois são difíceis de fritar.
Udo deu uma gargalhada, típica de um capitão de navio e sentou-se na mesa improvisada por Edgar.
Logo depois chegou o Dr. Tugwane. Como sempre foi até a mesa sem dizer nada. Os outros somente olhavam a figura daquele homem, e sempre respeitaram o seu jeito calado de ser. Era um jovem brilhante, que saiu da pobreza de seu país para se tornar um grande cientista. Eles o admiravam por isso.
No meio daquele silêncio de homens, pois os pássaros faziam algum barulho, o Dr. Tugwane falou:
- Minha mãe era uma prostituta.
Edgar e Udo se olharam e depois ficaram a contemplar o Dr. Assustados, pois ele nunca havia se portado daquela maneira.
- Fui criado nas docas – continuou o doutor – e enquanto minha mãe trabalhava a noite satisfazendo os marinheiros, eu observava a lua refletida no mar e enquanto o sol acordava, eu continuava dormindo. Até que um dia eu vi o nascer do sol, com todas as gaivotas a fazer parte do espetáculo, me apaixonei pela vida em todas as suas formas.
Minha mãe percebeu isso, e passou a trabalhar ainda mais para que eu pudesse viajar e estudar as ciências que hoje conheço. Se hoje eu sou um cientista, foi graças ao dinheiro sujo e amassado que minha mãe ganhava dos marinheiros. Dia após dia eu vi a sua expressão cansada enquanto preparava o café da manhã. Ela passava a noite em claro para que meu futuro fosse sempre como o nascer do sol: brilhante e majestoso.
Udo se levantou enquanto Edgar se aproximava. Os dois ficaram em pé ao lado do doutor, que permanecia com a cabeça baixa olhando o centro da mesa. Udo colocou a mão no ombro do doutor e disse:
- Vamos para a aldeia esta noite. Vamos brindar a sua mãe, que presenteou o mundo com o cientista mais brilhante que já conheci.
- Sim – disse Edgar; Vamos sair e nos divertir até o sol raiar, pois não existe dinheiro sujo, somente intenções. E sua mãe nos provou que as intenções dela eram tão limpas quanto o sol pelo qual somos apaixonados.
5 comentários:
Boa Flavão!
Adoro essa história!
Valeu!
Também adorei o texto: tudo é uma questão de perspectiva.
"...não existe dinheiro sujo, somente intenções." Frase simplesmente perfeita!
Parabéns, Flávio, cada vez melhor!!!
Bjos!!!
Ótimo para se refletir!
Adorei os nomes: Udo, Tugwane.
Balula!
Boa Flavão, não canso de ler esse texto! Bom pra refletir messssmo!
Realmente, é um texto PERFEITO para refletir!
adorei mesmo!!!
lindo lindo lindo *.*
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