_Atrás desta porta se encontra o início do primeiro ciclo, agora aqui me encontro como amigo, do outro lado assumirei minha representação.
_Mercúrio.
_Sim.
A porta é aberta e fechada logo em seguida, mostrando uma lugar aonde a escuridão era total, e ventava muito, andando um pouco ele pode sentir que o chão acabara ao longo de dois passos.
...MUSEUS...
Uma voz ecoava naquele lugar que parecia não ter dimensões físicas, parecia vir de lugar algum e ir para lugar nenhum.
..É PELOS CAMINHOS QUE TRILHEI QUE LHE CONDUZO PELOS CAMINHOS DAS SOMBRAS, E QUE SE PASSARES DESTE CICLO ENCONTRARÁS A LUZ... EM POUCO TEMPO ESTAREMOS NO EQUINÓCIO AONDE O BALANÇO ENERGÉTICO PROPORCIONARÁ A PRIMEIRA AURORA, USE TUDO O QUE APRENDEU, CASO NÃO CONSIGA SEGUIR EM FRENTE VOLTE PELA PORTA QUE ENTROU E SIGA SUA VIDA EM MEIO A SEUS SEMELHANTES, CASO CONTRÁRIO, EU, MERCÚRIO, O TRIMEGISTO O ESTAREI ESPERANDO.
O vento sibilava crescente até que se transformou em uma ventania, a ponto de causar o seu desequilíbrio, ele se abaixou temendo a queda, sentiu enjôo devida a situação em que passava.
“Devo estar nas montanhas” pensou ele, estranhando a escuridão completa, pois se estivesse do lado de fora do templo ao menos visualizaria traços da lua ou das estrelas, estranhou também o fato de não estar nevando, Tateou e sentiu os imensos blocos de pedra atrás, andou levemente de um lado a outro estava em uma pequena semicircunferência, aonde o chão acabava logo em seguida. Talvez não estivesse do lado de fora, e sim bem de dentro, o vento estava soprando dos enormes veios sob as montanhas, os mesmos que inspiraram Júlio Verne e talvez a carta citada do Alquimista possa ter mesmo existido, enormes túneis por debaixo da crosta terrestre.
Era melhor começar a pensar agora, tudo o que havia aprendido teria que encontrar o ápice, o propósito, aonde o conhecimento se transformaria em sabedoria, aonde os conceitos teriam que abrir espaço para seu uso no cotidiano.
Para lutar contra a sensação assustadora de estar naquele lugar, somente uma consciência adequada era necessário, precisava harmonizar todos os outros sentidos para vencer a incômoda sensação de não poder usar a visão, sentou-se e iniciou uma profunda meditação.
O vento o tirava a concentração subitamente, com sua força e o imenso barulho que fazia. Estava mesmo entre os imensos veios por debaixo da crosta, aonde suas cavidades constituíam uma imensa flauta tocada pelo deslocamento das massas de ar, um som ao mesmo tempo monstruoso porém de uma beleza indescritível.
Voltava a meditação... a representação do Trimegisto sempre invadia seus pensamentos, o três vezes grande como diziam os gregos, já os Romanos o chamavam de Mercúrio, o mensageiro dos deuses, em alusão ao planeta mais rápido em torno do sol. Ele o estaria esperando no final deste ciclo.
Voltava a meditação, mais e mais o problema parecia insolúvel, não era uma simples travessia, uma barreira física a ser transposta mas todo um dilema que o perturbara durante toda a sua vida, e agora era o momento de deixá-lo para trás.
Depois de várias respirações longas, o medo se esvaía dando lugar a conexão, a natureza lhe mostraria o caminho, o próprio vento que o podia derrubar também lhe daria as referências necessárias juntamente com seu tato e audição poderiam dimensionar o desenho da formação geológica ao seu redor. Andou até chegar ao limiar entre o chão e o abismo e se colocou a sentir o vento, caminhou para a outra extremidade e abriu os braços, precisaria do máximo de sua sensibilidade, todos seus sentidos aliados pelo máximo foco de concentração, caminhou novamente para o centro, tirou sua roupa, precisaria sentir o vento com todo o seu corpo, caminhou até a extremidade e abriu novamente os braços e as mãos, em um breve momento o silêncio absoluto se fez, era meia noite, o equinócio já havia chegado, e com ele uma inversão das massas de ar, o vento agora soprou com toda força de baixo para cima criando um som que fez uma ressonância com todo o local, abriu os olhos, flexinonou as pernas e pulou.
Continua...
_Mercúrio.
_Sim.
A porta é aberta e fechada logo em seguida, mostrando uma lugar aonde a escuridão era total, e ventava muito, andando um pouco ele pode sentir que o chão acabara ao longo de dois passos.
...MUSEUS...
Uma voz ecoava naquele lugar que parecia não ter dimensões físicas, parecia vir de lugar algum e ir para lugar nenhum.
..É PELOS CAMINHOS QUE TRILHEI QUE LHE CONDUZO PELOS CAMINHOS DAS SOMBRAS, E QUE SE PASSARES DESTE CICLO ENCONTRARÁS A LUZ... EM POUCO TEMPO ESTAREMOS NO EQUINÓCIO AONDE O BALANÇO ENERGÉTICO PROPORCIONARÁ A PRIMEIRA AURORA, USE TUDO O QUE APRENDEU, CASO NÃO CONSIGA SEGUIR EM FRENTE VOLTE PELA PORTA QUE ENTROU E SIGA SUA VIDA EM MEIO A SEUS SEMELHANTES, CASO CONTRÁRIO, EU, MERCÚRIO, O TRIMEGISTO O ESTAREI ESPERANDO.
O vento sibilava crescente até que se transformou em uma ventania, a ponto de causar o seu desequilíbrio, ele se abaixou temendo a queda, sentiu enjôo devida a situação em que passava.
“Devo estar nas montanhas” pensou ele, estranhando a escuridão completa, pois se estivesse do lado de fora do templo ao menos visualizaria traços da lua ou das estrelas, estranhou também o fato de não estar nevando, Tateou e sentiu os imensos blocos de pedra atrás, andou levemente de um lado a outro estava em uma pequena semicircunferência, aonde o chão acabava logo em seguida. Talvez não estivesse do lado de fora, e sim bem de dentro, o vento estava soprando dos enormes veios sob as montanhas, os mesmos que inspiraram Júlio Verne e talvez a carta citada do Alquimista possa ter mesmo existido, enormes túneis por debaixo da crosta terrestre.
Era melhor começar a pensar agora, tudo o que havia aprendido teria que encontrar o ápice, o propósito, aonde o conhecimento se transformaria em sabedoria, aonde os conceitos teriam que abrir espaço para seu uso no cotidiano.
Para lutar contra a sensação assustadora de estar naquele lugar, somente uma consciência adequada era necessário, precisava harmonizar todos os outros sentidos para vencer a incômoda sensação de não poder usar a visão, sentou-se e iniciou uma profunda meditação.
O vento o tirava a concentração subitamente, com sua força e o imenso barulho que fazia. Estava mesmo entre os imensos veios por debaixo da crosta, aonde suas cavidades constituíam uma imensa flauta tocada pelo deslocamento das massas de ar, um som ao mesmo tempo monstruoso porém de uma beleza indescritível.
Voltava a meditação... a representação do Trimegisto sempre invadia seus pensamentos, o três vezes grande como diziam os gregos, já os Romanos o chamavam de Mercúrio, o mensageiro dos deuses, em alusão ao planeta mais rápido em torno do sol. Ele o estaria esperando no final deste ciclo.
Voltava a meditação, mais e mais o problema parecia insolúvel, não era uma simples travessia, uma barreira física a ser transposta mas todo um dilema que o perturbara durante toda a sua vida, e agora era o momento de deixá-lo para trás.
Depois de várias respirações longas, o medo se esvaía dando lugar a conexão, a natureza lhe mostraria o caminho, o próprio vento que o podia derrubar também lhe daria as referências necessárias juntamente com seu tato e audição poderiam dimensionar o desenho da formação geológica ao seu redor. Andou até chegar ao limiar entre o chão e o abismo e se colocou a sentir o vento, caminhou para a outra extremidade e abriu os braços, precisaria do máximo de sua sensibilidade, todos seus sentidos aliados pelo máximo foco de concentração, caminhou novamente para o centro, tirou sua roupa, precisaria sentir o vento com todo o seu corpo, caminhou até a extremidade e abriu novamente os braços e as mãos, em um breve momento o silêncio absoluto se fez, era meia noite, o equinócio já havia chegado, e com ele uma inversão das massas de ar, o vento agora soprou com toda força de baixo para cima criando um som que fez uma ressonância com todo o local, abriu os olhos, flexinonou as pernas e pulou.
Continua...
7 comentários:
Viagem pura hein? Eheheheh... Bem aà moda de Flávio Carvalho! Boa, vamos ver o que vem para o próximo texto...
Balula!!
escolhas é o que nos resta. Certas, erradas, duvidosas ou inuteis! MAs nelas que encontramos as respostas, escolhemos demais e vivemos de menos. Passamos a vida escolhendo o invisivel e sofrendo o real. Que tal agora fazermnos a escolha certa?
Feliz Natal!
"Mercúrio" é aquele troço que a gente passa no machucado?
Hahahahhahahahahahahhaha!!! Brincadeirinha aí, Carlim!
Nóóó, pega no meu pau e larga do meu pé, Ciro! hahahahahahahahahahaha
Miau!
UAU!!! Estou sem fôlego, mas não tenho coragem de comentar. É profundo demais!!! INCRÍVEL!!! ADOREI!!!
Bjão!!!
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