por Felipe Carvalho
“Você não está sabendo lidar com a vida!” Aquilo caíra como uma bomba para a moça! Tão nova, sadia e amável... Como poderia aquela garota não saber manejar a própria sorte? Tudo estava a seu favor: era inteligente, esclarecida, versada, douta, eloqüente, bela, de boa índole, e, no entanto, incapaz de administrar o seu destino!
Era daquelas mulheres de opinião, difíceis de serem convencidas do que quer que fosse. Porém, tinha uma personalidade tranqüila, não se impunha e não tinha a necessidade de levantar bandeiras ou de se firmar ante os demais. Ela tinha brio, tinha alma, mas não fazia a menor questão de pleitear algum respeito ou qualquer posição entre os infelizes do seu dia-a-dia. Era partidária da idéia de que não se iniciam batalhas já perdidas. E não tinha mesmo por que trabalhar tantos músculos do rosto e nem desperdiçar o seu latim com aquelas pessoas-parede. Preferia guardar aqueles lindos e articulados lábios para fins mais nobres (e compensadores, é claro!).
Mas aquela frase a estava incomodando e muito! Sentia-se fora de seu eixo habitual e invadida com tamanha presunção! Aquilo fora proferido com tanto vigor e convicção que as muralhas que envolviam seu orgulho e sua auto-estima terminaram chacoalhadas, sismicamente abaladas! E o que mais lhe restava fazer senão refletir sobre a lida com a própria vida? Então, pôs-se a pensar na conduta que assumira nos últimos tempos e em como ela poderia estar contribuindo para o seu absoluto insucesso.
Fracassada no amor em que insistira em apostar, infeliz na maçante rotina de seu emprego no banco e desacreditada pela família da qual já nem se sentia mais parte, aquela nobre criatura feminina só queria entender um pouco de si mesma. Se tivesse ouvido aquilo de seus familiares ou mesmo de seu chefe, não teria sequer parado para escutar o final da frase. Mas, não! Tinha que ser justo aquele garotinho de seus 8 anos de idade o semeador de gigantesco conflito. Tinha que ser bem aquele molequinho bobo e frívolo o maldito algoz promotor de toda a crise. Sim! Ouvir retumbante e cruel constatação de um serzinho que mal sabia onde estava o nariz representara - para a pobre moça - o início e o fim de uma crise reveladora!
“Você não está sabendo lidar com a vida!” Aquilo caíra como uma bomba para a moça! Tão nova, sadia e amável... Como poderia aquela garota não saber manejar a própria sorte? Tudo estava a seu favor: era inteligente, esclarecida, versada, douta, eloqüente, bela, de boa índole, e, no entanto, incapaz de administrar o seu destino!
Era daquelas mulheres de opinião, difíceis de serem convencidas do que quer que fosse. Porém, tinha uma personalidade tranqüila, não se impunha e não tinha a necessidade de levantar bandeiras ou de se firmar ante os demais. Ela tinha brio, tinha alma, mas não fazia a menor questão de pleitear algum respeito ou qualquer posição entre os infelizes do seu dia-a-dia. Era partidária da idéia de que não se iniciam batalhas já perdidas. E não tinha mesmo por que trabalhar tantos músculos do rosto e nem desperdiçar o seu latim com aquelas pessoas-parede. Preferia guardar aqueles lindos e articulados lábios para fins mais nobres (e compensadores, é claro!).
Mas aquela frase a estava incomodando e muito! Sentia-se fora de seu eixo habitual e invadida com tamanha presunção! Aquilo fora proferido com tanto vigor e convicção que as muralhas que envolviam seu orgulho e sua auto-estima terminaram chacoalhadas, sismicamente abaladas! E o que mais lhe restava fazer senão refletir sobre a lida com a própria vida? Então, pôs-se a pensar na conduta que assumira nos últimos tempos e em como ela poderia estar contribuindo para o seu absoluto insucesso.
Fracassada no amor em que insistira em apostar, infeliz na maçante rotina de seu emprego no banco e desacreditada pela família da qual já nem se sentia mais parte, aquela nobre criatura feminina só queria entender um pouco de si mesma. Se tivesse ouvido aquilo de seus familiares ou mesmo de seu chefe, não teria sequer parado para escutar o final da frase. Mas, não! Tinha que ser justo aquele garotinho de seus 8 anos de idade o semeador de gigantesco conflito. Tinha que ser bem aquele molequinho bobo e frívolo o maldito algoz promotor de toda a crise. Sim! Ouvir retumbante e cruel constatação de um serzinho que mal sabia onde estava o nariz representara - para a pobre moça - o início e o fim de uma crise reveladora!
9 comentários:
Uau, Felipe!!! Depois sou eu que estou me profissionalizando, hein...
Gostei demais!!! "A Inacessível Rainha do Gelo" derretida por causa do "Fósforo do Pirralho"... Em geral, é assim mesmo que acontece: o incômodo vem nas formas mais inusitadas possíveis...
Bjão!!!
não entendi, a moça era pedófila?
Putz, Felipe! Vc pegou a mania da Cecília com esses finais! Brinca não, filhããããããão!!!! Hahahhahahaha!!!
Ficou bom, cara! Com o título, me lembrei de Maria Alice Vergueiro, não sei pq, hahahahhahahah!!
Ei, será q preciso usar um dicionário para ler seus textos agora? Ler texto de gente coisa é outra culta, viu?
Very good!!!
Por um garoto de 8 anos !!! Realmente é um tapa na cara para qualquer um ahahahhahahahaah! Bem bolada felipaço, bem bolada!!
A narrativa então, original como nunca. Bordões que só o Felipe pode trazer à tona!!
Bom demais garoto!!
Abraço!
Por um garoto de 8 anos !!! Realmente é um tapa na cara para qualquer um ahahahhahahahaah! Bem bolada felipaço, bem bolada!!
A narrativa então, original como nunca. Bordões que só o Felipe pode trazer à tona!!
Bom demais garoto!!
Abraço!
Molequinho verdadeiro,
muito bom Felipe,
Hahahahahahaha...quando li que fora uma garoto de 8 anos que lhe disse tal verdade não pude conter uma gargalhada!
Esses garotos privilegiados de enorme inteligência e tbm, podemos dizer “malicia da vida” surgem como fogo em pólvora nos seus textos! heheheheh
Parabéns messsssssmo, meu caro!
Ah, acabei de ler sua crônica passada tbm. Lendo os comentarios o Ciro disse algo sobre "A Marcha de Peres Brown". Que texto é esse ??? Quero ler mesmo!!!
Se for algum que eu já tenha visto, favor desconciderar está..hahahahaha
Abraços, primo!
ééééé... a vida é duúúúúúúúra...
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