quinta-feira, 26 de abril de 2007

Cachorro: ter ou não ter, eis a questão?

Fico aqui na minha “santa ignorância” pensando como ainda existe pessoas que se auto-denominam “donas do mundo”, ou pelo menos do bairro que habitam. Tenho a infelicidade de ter bem próxima à minha residência um exemplar dessa espécie, uma senhora que permanece dias sem pestanejar, ou seja, com insônia, interessada no que se passa na casa ao lado. O interessante é que essa insônia é a sua mais importante justificativa para perturbar todos os vizinhos com a sua “perturbação”.
Eu fui sua mais recente vítima! Tenho uma cadela, ela tem um cachorro, mas só a minha cadela incomoda com o seu uivo quando está sozinha em casa sentindo a nossa ausência e buscando atenção alheia. Até uma escada tal pessoa se dignou a arrumar para deixar já bem colocada junto ao muro. Assim fica mais fácil acompanhar o que se passa no meu quintal. Ela só tem direitos, deveres nem sabe do que se trata. O pior é que vizinhos novos no pedaço que já foram agraciados com a visita ou da guarda municipal ou da polícia militar alimentam, inflam, dão o poder a essa pessoa desprezível.
Dia desses vi uma dessas vizinhas “frescas” no pedaço “pedindo” autorização para comemorar seu aniversário das 13 às 22 horas, solicitando que se houvesse incômodo que primeiro falasse com a aniversariante antes de tomar outras atitudes (chamar a polícia – a atitude predileta dessa à toa). Não posso acreditar, mas o aniversário foi um pouco além das 22 horas e eis que surge a viatura do ermo a mando de uma retrógrada que deve ter ressuscitado de tempos distantes só para perturbar a paz na vizinhança.
Eu me lembro bem que o seu marido, antes da infeliz idéia de se juntar a ela, promovia até altas horas da madrugada jogos intermináveis de sinuca, e uma divertida festa bem no meio da semana. Nunca ninguém falou nada até porque penso que a maioria dos vizinhos tem uma tolerância e um sono dos justos que esse tipo de coisa não afeta a vida. Mas ela não, é tão desocupada, tão mente vazia que precisa se ocupar da vida e dos barulhos de outros. Sua vida deve ser mesmo muito pequena, muito vazia de afeto para que haja a necessidade de invadir a casa do seu vizinho e querer controlar a vida de cada um deles.
O mais interessante é que só ela é incomodada, ninguém mais faz reclamações e se existe algo que passa dos limites, o diálogo aberto e sem arrogância promove milagres infindáveis. Essa política da boa vizinhança sempre funcionou bem por aqui.
Sei bem que minha dálmata deve incomodar muito quando chora pela nossa ausência, mas essa senhora incomoda mais pela sua prepotência. Conversei com todos os vizinhos próximos, pedi desculpas e solicitei que se a dálmata estiver passando dos limites que venham conversar comigo. Até hoje ninguém mais apareceu e a vizinha intolerante sumiu. Mas o seu cãozinho continua a latir a qualquer hora do dia, mas ela só tem ouvidos para a minha. É duro quando se é tão pobre internamente que precisa desesperadamente observar e notar só o que vem de fora, porque sua voz interior é tão baixa que parece muda. Penso que essa pessoa seja tão pouco percebida que só com MUITA CHATICE para aparecer, já que não consegue mostrar nada de bom, embora eu sempre acredite que todos têm algo maravilhoso para mostrar.
Ainda bem que eu tenho uma cadela que chora minha ausência, mesmo que a vizinhança se incomode!!!!

4 comentários:

Sessyllya ayllysseS disse...

Ah, neeeeeeeeem!!! Por que vocês, vizinhos, não chamam o IBAMA pra essa mulher??? Serpentes não podem viver soltas por aí... Ou melhor, chamem o Centro de Zoonoses, que é o responsável pelo extermínio de insetos asquerosos ou vermes desprezíveis... (rsrsrs)

Felipe Carvalho disse...

Realmente, você falou tudo, Fernandha:

"...É duro quando se é tão pobre internamente que precisa desesperadamente observar e notar só o que vem de fora, porque sua voz interior é tão baixa que parece muda."

Achei essa reflexão excelente!

Infelizmente, estamos cercados de gente mal amada, mal educada, obtusa e recalcada! E a lida com esses "seres" que não se sabem (pois não conseguem ver estímulos bons dentro deles próprios) só nos torna mais "ricos" emocionalmente, seguros de nossa "essência" e cada vez mais capazes de interagir com a complicada diversidade humana.

Meus parabéns !!!
Bjos

Vassago disse...

Morte aos vizinhos que incomodam...
Na verdade, é melhor naum... Vai q eu seja um vizinho q incomoda tbm...
Eu me abstenho...
Abrç, Fernandha!!!!

Bruno Carvalho disse...

É Fernanda,

Tenho que confessar que não me senti bem ao ler o seu texto. Õ que não significa que esteja ruim, muito pelo contrário.É que você simplesmente descreveu muito bem o tipo de pessoa que eu adoro odiar. Daquelas que "tem" que acordar mais cedo para se preocupar com a vida dos outros. Precupação neste caso significa o mesmo que encher o saco.

Muito bom Fernanda!!! Parabéns!