terça-feira, 24 de abril de 2007

Os homens não são tão iguais assim...

Por Bruno Carvalho (pelo amor de Deus! Não sou machista...)

Essa crônica é dedicada às mulheres que acham que todos os homens são iguais.

Há muito tempo, mas há muito tempo mesmo...

Aquela taverna nunca mais fora a mesma depois da aparição de um rude senhor acompanhado de nada mais, nada menos, quarenta prostitutas. Como o senhor esbanjava gorjeta aos quatro ventos, nada daquilo o impediu de se sentar em uma mesa e se divertir. Vinho pra lá, vinho pra cá, e a coisa foi ficando cada vez mais séria (no outro sentido da palavra, é claro). As mulheres chamavam a atenção de todos, não só pela “profissão”, mas também pela atitude. O “locatário” (ou loucatário, chamem-no como quiser) fazia questão de beijar na boca de todas as quarenta mulheres. Isso quando não fazia questão de também deixar os outros aproveitarem da ocasião. E assim, nessa putaria danada, acabou-se a noite.
Por volta das quatro da manhã, um distinto homem, que voltava do trabalho, passava por ali. Pensou consigo mesmo inocentemente “- Por que não tomar um vinho para relaxar?” – e entrou no recinto. Ao entrar, percebeu como estava o ambiente, mas não teve coragem de voltar atrás. Pediu o vinho e terminou a noite como um cidadão comum.
No dia seguinte, todos da cidade já sabiam o que havia acontecido na Taverna, até mesmo o nome de todos que estavam por lá. Como o pobre homem estava por lá, também levou a culpa. O fato é que, até então, aquele cidadão era um homem distinto. Mas, desde o episódio inverossímil das quarenta prostitutas, ele simplesmente deixou de ser distinto aos olhos dos outros, ou melhor dizendo: as outras. Daí veio a expressão:
“Os homens são todos iguais.”

Por mais que a história tenha sido esclarecida, algumas “mulheres”, ainda cismam, batem na mesma tecla, que essa história não pode ser verdadeira. Sim, pois ele poderia ter ido embora. Mas, se ele era distinto, ele também não poderia apenas tomar o seu vinho sossegado? Mas elas retrucam que “como ele estava lá, ele participou, afinal, não eram uma nem duas, e sim quarenta prostitutas!” E por aí vai...
As pessoas não me deixam em paz desde que souberam dessa história. Quando vou ao cinema ou clube, por exemplo, muitos perguntam: - Ei... Brunão, aquela história das prostitutas é verdade? E eu respondo: - Sim, só não sei de que época ela é. Os homens acham a história muito boa, principalmente pelo fato das quarenta prostitutas. Alguns chegam a falar que se tivessem dinheiro, fariam a mesma coisa. Outros comentam algo do tipo:
- Pra quê quarenta, se uma só dá um trabalhão!

O fato é que muitas mulheres sequer prestam atenção na história. Simplesmente julgam "o coitado do distinto senhor". O cara apareceu lá só pra tomar um vinho! Mesmo assim, elas não acreditam em sua inocência. Não adianta falar que, na história, o cara estava como inocente. E daí elas argumentam: Ahhhhh, sei lá, homem é tudo igual... Isso se a história não foi escrita por um homem...

Lá vem você...
(Composição: Totonho/Paulinho Rezende/Zayrinha)

(...) Você chega em casa mais cedo
na volta do emprego
Me abraça, me beija, me faz um chamego
Diz que vai na rua e não vai demorar
Porém na esquina da rua existe um barraco
De onde um amigo acena com um taco
Chamando você pra jogar um bilhar
Aí,você vai pra que o amigo não fique sem graça
E pede o garçom pra trazer a cachaça
Esquece que a vida é um eterno voltar...(...)


Muitos homens fazem isso? Claro que sim! Creio que até a maioria deles, mas... ainda “bato na tecla” que o distinto senhor existe...

E o rapaz termina com a namorada. Ele não estava afim, isso mesmo, simplesmente não estava afim. Então, ele terminou o relacionamento. Usou uma daquelas básicas do tipo “O problema é comigo e tals...” (Que a propósito vocês também usam bastante). Daí a mulher pensa:
“Ele tem outra!” E depois: “ Acho que ele é gay!” E a amiga, acaba de fuder* o resto:
- Liga não boba, os homens são todos iguais!!

Mas... e se ele for um dos distintos senhores da história! Que só quer um relacionamento sincero? Que não quer te enganar? É doloroso, mas acreditem, acontece com a gente também! Já cantava Adilson Ramos: Quem é que não sofre por alguém...

Sem falar nos coitados dos "timidões apaixonados":

- Olá Virgínia, esse é meu amigo Thomas...
- Muito prazer Thomas.
- Você acredita que ele viajou oitocentos quilômetros só pra me ver...
- Nossa! O amor é lindo mesmo!
- Que nada! Somos amigos de infância, não é Thomas?
- E... e..., claro, claro, só... amigos...

E para fechar com chave de ouro:

- Mãe...
- Sim, meu filho...
- Eu sou gay!


Mais uma prova cabal de que os homens não são todos iguais! Quer vocês queiram, quer não! E aí, retruca agora...


Não somos imperfeitos, e sim diferentes. Transitamos entre duas linhas, e temos motivos para tal, assim como muitas mulheres. Daí, os canalhas e tarados fazem algo, e a culpa é de quem? Isso mesmo: NOSSA!
Eu não sou canalha, mas, vamos supor que eu seja, ok? Mesmo assim vocês poderão ter a certeza de que existe um homem distinto por aí! Fiquem tranqüilas...


* Uma maneira diferente de pedir perdão ao autor Ciro M. Costa por ter mudado os originais de sua história em quadrinhos escrita há muito tempo, e que, com toda certeza e razão, ele tem uma certa "birrinha" de mim até hoje.

12 comentários:

Ciro disse...

Hahahahahahahahhaha!!! Agora sim, Brunão, vc está perdoado e a nossa "birrinha" foi sanada! Hahahahah!!! Ah nem!!! Custei a lembrar: "q diabos de história em quadrinhos ele tá falando?". Hahahahah!!
Cara, seu texto está perfeito, perfeitíssimo, perfeitaço. Sem muitas palavras. Sem tirar nada. Só que vc se esqueceu de mencionar que nós, distintos cavalheiros, além de sermos confundidos com os cafagestes, também levamos fama de "bobões", quando aconselhamos os cafagestes a não fazerem coisas erradas.
Quanto à frase: "- Pra quê quarenta, se uma só dá um trabalhão!", concordo em gênero, número e grau! Se toda mulher tivesse consciência disso, não se preocupariam tanto em serem traídas! Hahahhahahahah!!!
Estou comprando essa briga aí junto com vc, irmão! Grande abraço!

Flavio Carvalho disse...

É isso aí ciro, o perdão é o melhor remédio,

hahahahahahahaha,

Mulheres,
como disse o grande filósofo
Carlos Dutra...
Ah! vocês já sabem.
hahahahahahahah

Carlos Filho disse...

Brunão, perfeito!

Parabéns...

arghlemonster disse...

...classe, mas dizer q não é canalha é sintoma indiscutível de CANALHISMO.

Sessyllya ayllysseS disse...

Concordo com você, Bruno: os homens não são todos iguais... mas que eles se esforçam pra ser, ah, isso é incontestável!(ahahahahahahahahahahah)
Tô brincando! Ótimo texto!
Bjos!!!

Anônimo disse...

Amei primo

Maturidade na escrita e nas idéias
PArabéns!!!!

Anônimo disse...

Ae primo, estou de acordo, não somos canalhas, apenas somos confundidos com os canalhas do mesmo sexo, e faltou dizer a famosa frase(talvez não tão famosa):
"Amigo de um canalha é canalha sem ser"

ahsuahusauhsa

xD

Felipe Carvalho disse...

Ótimo, primo !! Serviu para lavar um pouco a alma de uma parcela da nossa classe, já que a outra se incumbe de denegri-la.

Muito boa a "teoria" das 40 prostitutas, faz todo o sentido !! Mas tenho certeza que em meio a tanta orgia e luxúria não seria apenas 'UM' homem a não se "corromper", certamente haveria mais!

E muitas mulheres não sabem o quanto perdem por generalizar em seus (pré)julgamentos.

Toda generalização é um atraso de vida ! Cuidado !!

Texto excelente !!

Sinceros parabéns, fera !!

Abraços !!

Anônimo disse...

Bruno, vc é o único aqui que merece 1800 comentários.
O Ciro merec 1799, Felipe e Cecília 1797, Fláviu 1796 e o resto merece os 5 e 6!
Agora tem o tal de Vassago que escrev bacana...achoq ele vai entrar no jogo tbm........

Que Deus vos Ilumine!!!!!!!!

. fina flor . disse...

Eu não acho, nem nunca achei que os homens são iguais, aliás, fiz até uma crônica dizendo que mulher que fala isso é porque nunca conheceu um homem de verdade, mas um "cara".

beijos, querido e obrigada pela visita ao Fina Flor! Volte sempre!

MM

Viviane disse...

Os mitos sobre os comportamentos de homens e mulheres são uma coisa...
Eu acho que depende...Tem caras legais que alguma vez na vida ja aprontaram alguma canalhice, tem canalhas que alguma vez ja foram legais. E por aí vai...
Mesmo porque dizer que todos são iguais é justificar a canhalhice.
tipo: o cara aprontou, mas coitado, não é ele que é um cretino, é que todos os homens são iguais...rsrsrs

Adorei o texto. Leve e bem humorado.

Anônimo disse...

Olá Bruno,

Vim agradecer o seu comentário a minha crônica lá no Soltando o Verbo, muito obrigada! :)

E também gostei bastante do seu texto, muito bom, parabéns!

O blog do Boneco Verde e a sua turma de escritores tb são muito bons, com certeza voltarei mais vezes para ler os escritos de vocês!

Bjo!