Trazido à força por Ciro M. Costa
Durante muito tempo, o traficante marginal conhecido como ‘Mala’ dominou o bairro Morrinho de Santa Gertrudes. Das 10 bocas-de-fumo que haviam ali, 9 eram sua. Era questão de tempo até que ele conseguisse também a décima. Além de ser um marginal bastante influente, ele também contava com parte da polícia para ‘acobertá-lo’ em tudo. Quando não era a polícia que o auxiliava, eram os seus capangas que moravam em cada esquina. Resumindo: ninguém podia com o ‘Mala’.
Havia pouco tempo, o mecânico Johnson havia se mudado pra lá. Mal instalou sua nova oficina mecânica, quando um marginal (um dos capangas do ‘Mala’) foi até lá com seu carro.
- Ei, negão! – disse o marginalzinho. – Meu carango tá cum problema nos freios. Dá uma olhada aí pra nóis.
Johnson não disse nada. Apenas olhou seriamente para o rapaz, depois se enfiou debaixo do carro. O rapaz, que era bandido de primeira, se sentiu um pouco intimidado com tal olhar.
Não demorou muito até que Johnson terminasse o serviço (ele era bom nisso). Disse o preço para o marginal, que retrucou:
- Até que tá barato. Olha só, cê me parece ser um cara durão. Já que é novo aqui no morro, por que não se junta com a galera do ‘Mala’?
- ‘Mala’? – perguntou Johnson.
- É, cara! O dono do pedaço! Temos uma boquinha aqui perto, na próxima esquina.
- Boca-de-fumo? Aqui perto da minha oficina?
- Isso mesmo! Depois dá uma passada lá! Toma aí! Fica com o troco! Té mais!
“Boca-de-fumo... certo.”, pensou Johnson. O mecânico pegou uma chave de fenda e fechou a oficina mais cedo naquele dia.
No dia seguinte, o ‘Mala’ teve uma surpresa nada agradável. Um de seus capangas veio relatar que um homenzarrão havia acabado com 8 de suas 9 bocas-de-fumo, e também com a outra boca que não era sua. Tudo isso sozinho.
- Num é ‘possíve’! – disse ele.
- Mas é, patrão! O homem era violento! – disse o capanga.
- Num pode!
- Mas é sim!
- Chama os meganha! Rápido!
Não demorou muito até que o guarda Fátimo (o policial mais corrupto da região) aparecesse por lá.
- Pois é, ‘Mala’! – disse ele, com sorriso duvidoso no rosto. – Não se fala em outra coisa hoje na cidade!
- Quem é esse filho da p***? – perguntou ‘Mala’, furioso.
- Eu não sei. Mas não se preocupe. Vamos dar ‘cabo’ dele em um segundo.
- O que não consigo entendê é purquê ele deixou uma boca pra trás. Ah, se eu topasse cum ele num ia sobrá nada. Nada! – e deu um tiro pra cima.
- Calma, ‘Mala’. O fim dele está perto. Vou contatar colegas da polícia e vamos atrás dele agora! Tem o nome ou descrição do sujeito?
- Meus capanga falô que ele é um mecânico novo aqui no morro.
- Mecânico, né? Hahahahahahhahaha!!! Vai me dizer que o cara fez tudo sozinho?
- Sim! E só com uma chave de fenda na mão!
- Hahahahahahah!!! Como é que pode isso?
- Num sei não!! E também num tô achando graça! Vamo lá apagá ele!
- Vamos sim! Por acaso sabem o nome dele?
- É um tal de “Jônssu”.
- Jônssu??
- É. Nome americano.
- Por acaso seria ‘Johnson’?
- Isso mermo!
- Hein? Mecânico Johnson??? – o guarda mudou sua fisionomia. Já não estava mais tranqüilo.
- Isso ae! Vamo lá!
- Bem... eu... melhor largamos de mão disso, ‘Mala’.
- HEIN???
- Deixa quieto. O cara deve ter família.
- Como assim, Fátimo? Tá tirando de comédia comigo, mano???
- Pára com isso, ‘Mala’!
- PARÁ COM QUÊ, MEU?? O CARA ACABOU COM AS BÔCA TUDO!!! – o marginal estava visivelmente furioso.
- E daí? Você faz outras bocas! Boca-de-fumo hoje em dia é barato e não é difícil achar novos empregados, certo?
- Mas eu quero apagá esse cara!
- Não vale a pena, amigo. Já pensou no tanto que esse rancor te faz mal? Vai acabar tendo câncer. Escuta o que estou te falando...
- Por acaso cê tá com medo de um mecânico, Fátimo???
- Claro que não. Mas o Johnson é boa pinta. Vai ver ele fez tudo isso porque tava estressado. Acontece com tudo mundo, certo?
- Acontece o cacete!!! Se você não for lá, eu mesmo acabo com ele!
- Deixa disso, ‘Mala’! Vamos esquecer tudo!
- Não vou esquecer p**** nenhuma, meganha! O cara detonou minhas bôca e vou lá dar cabo dele agora mermo!!!
- Ei! Você sabia que esse negócio de boca-de-fumo é ilegal?
- Hein???
- Já ta na hora de te prender, ‘Mala’! Você já infringiu demais a lei desse país! Teje preso!! GUARDAS! VENHAM ATÉ AQUI!!!
- O que é isso, Fátimo???
- Levem esse marginalzinho pro xadrez agora! E fechem essa boca-de-fumo aqui! É o seu fim, ‘Mala’! Tem o direito de permanecer calado!
- Mas...
- CALADO!!!
Ninguém (eu disse NINGUÉM) se mete com ele!!
Ele é... O MECÂNICO JOHNSON!!!!!
Durante muito tempo, o traficante marginal conhecido como ‘Mala’ dominou o bairro Morrinho de Santa Gertrudes. Das 10 bocas-de-fumo que haviam ali, 9 eram sua. Era questão de tempo até que ele conseguisse também a décima. Além de ser um marginal bastante influente, ele também contava com parte da polícia para ‘acobertá-lo’ em tudo. Quando não era a polícia que o auxiliava, eram os seus capangas que moravam em cada esquina. Resumindo: ninguém podia com o ‘Mala’.
Havia pouco tempo, o mecânico Johnson havia se mudado pra lá. Mal instalou sua nova oficina mecânica, quando um marginal (um dos capangas do ‘Mala’) foi até lá com seu carro.
- Ei, negão! – disse o marginalzinho. – Meu carango tá cum problema nos freios. Dá uma olhada aí pra nóis.
Johnson não disse nada. Apenas olhou seriamente para o rapaz, depois se enfiou debaixo do carro. O rapaz, que era bandido de primeira, se sentiu um pouco intimidado com tal olhar.
Não demorou muito até que Johnson terminasse o serviço (ele era bom nisso). Disse o preço para o marginal, que retrucou:
- Até que tá barato. Olha só, cê me parece ser um cara durão. Já que é novo aqui no morro, por que não se junta com a galera do ‘Mala’?
- ‘Mala’? – perguntou Johnson.
- É, cara! O dono do pedaço! Temos uma boquinha aqui perto, na próxima esquina.
- Boca-de-fumo? Aqui perto da minha oficina?
- Isso mesmo! Depois dá uma passada lá! Toma aí! Fica com o troco! Té mais!
“Boca-de-fumo... certo.”, pensou Johnson. O mecânico pegou uma chave de fenda e fechou a oficina mais cedo naquele dia.
No dia seguinte, o ‘Mala’ teve uma surpresa nada agradável. Um de seus capangas veio relatar que um homenzarrão havia acabado com 8 de suas 9 bocas-de-fumo, e também com a outra boca que não era sua. Tudo isso sozinho.
- Num é ‘possíve’! – disse ele.
- Mas é, patrão! O homem era violento! – disse o capanga.
- Num pode!
- Mas é sim!
- Chama os meganha! Rápido!
Não demorou muito até que o guarda Fátimo (o policial mais corrupto da região) aparecesse por lá.
- Pois é, ‘Mala’! – disse ele, com sorriso duvidoso no rosto. – Não se fala em outra coisa hoje na cidade!
- Quem é esse filho da p***? – perguntou ‘Mala’, furioso.
- Eu não sei. Mas não se preocupe. Vamos dar ‘cabo’ dele em um segundo.
- O que não consigo entendê é purquê ele deixou uma boca pra trás. Ah, se eu topasse cum ele num ia sobrá nada. Nada! – e deu um tiro pra cima.
- Calma, ‘Mala’. O fim dele está perto. Vou contatar colegas da polícia e vamos atrás dele agora! Tem o nome ou descrição do sujeito?
- Meus capanga falô que ele é um mecânico novo aqui no morro.
- Mecânico, né? Hahahahahahhahaha!!! Vai me dizer que o cara fez tudo sozinho?
- Sim! E só com uma chave de fenda na mão!
- Hahahahahahah!!! Como é que pode isso?
- Num sei não!! E também num tô achando graça! Vamo lá apagá ele!
- Vamos sim! Por acaso sabem o nome dele?
- É um tal de “Jônssu”.
- Jônssu??
- É. Nome americano.
- Por acaso seria ‘Johnson’?
- Isso mermo!
- Hein? Mecânico Johnson??? – o guarda mudou sua fisionomia. Já não estava mais tranqüilo.
- Isso ae! Vamo lá!
- Bem... eu... melhor largamos de mão disso, ‘Mala’.
- HEIN???
- Deixa quieto. O cara deve ter família.
- Como assim, Fátimo? Tá tirando de comédia comigo, mano???
- Pára com isso, ‘Mala’!
- PARÁ COM QUÊ, MEU?? O CARA ACABOU COM AS BÔCA TUDO!!! – o marginal estava visivelmente furioso.
- E daí? Você faz outras bocas! Boca-de-fumo hoje em dia é barato e não é difícil achar novos empregados, certo?
- Mas eu quero apagá esse cara!
- Não vale a pena, amigo. Já pensou no tanto que esse rancor te faz mal? Vai acabar tendo câncer. Escuta o que estou te falando...
- Por acaso cê tá com medo de um mecânico, Fátimo???
- Claro que não. Mas o Johnson é boa pinta. Vai ver ele fez tudo isso porque tava estressado. Acontece com tudo mundo, certo?
- Acontece o cacete!!! Se você não for lá, eu mesmo acabo com ele!
- Deixa disso, ‘Mala’! Vamos esquecer tudo!
- Não vou esquecer p**** nenhuma, meganha! O cara detonou minhas bôca e vou lá dar cabo dele agora mermo!!!
- Ei! Você sabia que esse negócio de boca-de-fumo é ilegal?
- Hein???
- Já ta na hora de te prender, ‘Mala’! Você já infringiu demais a lei desse país! Teje preso!! GUARDAS! VENHAM ATÉ AQUI!!!
- O que é isso, Fátimo???
- Levem esse marginalzinho pro xadrez agora! E fechem essa boca-de-fumo aqui! É o seu fim, ‘Mala’! Tem o direito de permanecer calado!
- Mas...
- CALADO!!!
Ninguém (eu disse NINGUÉM) se mete com ele!!
Ele é... O MECÂNICO JOHNSON!!!!!
4 comentários:
O cara rebentô todo o mundo, véi!
Sóoooooooo!!!
:)
Ahahahahahah, esse é bom mesmo!
ME tirando de comédia, mano? hahaha
Bôua!
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