sexta-feira, 1 de junho de 2007

Tem um exército no meu quintal – PARTE VI

Uma saga de Ciro M. Costa



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O que o soldado romano nos contou, não foi novidade nenhuma. Modéstia a parte, eu já desconfiava daquilo tudo. Essa briga entre nós e o exército romano já durava muitos e muitos anos, desde a Roma Antiga. O mais vergonhoso de tudo, é que o General Panflétus (no caso, Nebedito) e nós (eu e Ralgedino) sempre fugíamos das batalhas, com o rabo entre as pernas. A única vez que ganhamos uma batalha, foi quando esta ocorreu em Hiroshima, bem no momento em que a bomba caiu por lá. E os únicos que sobreviveram fomos nós! É engraçado como a história esconde certas coisas. Mas eu entendo algumas. O caso, é que nossas batalhas ocorreram juntamente com outros grandes fatos históricos, e os historiadores optaram por contá-los. Vejam o caso da bomba de Hiroshima. Uma bomba cai e devasta uma cidade inteira... como contar que um exército romano lutava contra 3 caras, justo naquele momento? Quem acreditaria num absurdo desses?
- Meu Deus! Eu preciso de uma respiração boca-a-boca urgente! Essa história me deixou com falta de ar! – disse Ralgedino, agarrando Nebedito.
- Ei, sai pra lá! Sou psicólogo, mas não sou bicha, cara! – disse Nebedito.
- É uma história muito triste para nós, Bijustus. – eu disse. (Bijustus era o nome do soldado que estava no trailer). – Não é legal ficar sabendo que em encarnações passadas a gente não passou de um trio de covardes.
- Bem, creio que foi tua única alternativa. – disse Bijustus. – Vós eram 3 contra mais de 1000.
- Sim, mas poderia ter sido melhor lutarmos e morremos por um ideal.
- Iche, mas esse Arapecido é muito bobinho, gente! – disse Nebedito. – Que mané ideal o quê, meu? Do que você está falando?
- É isso aí! – concordou Ralgedino. – Não vejo ideal nenhum nisso! Aliás, só vejo dor e morte nessa história toda e não acho que valha a pena morrer por isso! Dores eu já sinto durante minha vida toda!
- Vocês não entendem, não é? – eu disse. – Vocês não percebem que começamos a lutar por nossos territórios na Roma Antiga? Ou Grécia Antiga, sei lá! A gente está fugindo desde a primeira batalha, companheiros! Precisamos acabar com isso! Nem que seja pra perder!
- Se me permites, não concordo com tu, soldado Arapecidus! – disse Bijustus.
- E por que não? Que me conste, vocês estão em maior quantidade e, se lutarmos ou não, vocês ganharão de qualquer jeito.
- Vós não me deixaste terminar e eis um dos principais motivos a que vim falar com vocês. Sabem, o General Jen-Hur é um louco. Ele não vai desistir de tudo isso até que ganhemos tal batalha, dure ela quantos séculos ou milênios precisar. No entanto, eu e os outros soldados já estamos fartos disso! Queremos que isso acabe logo! Queremos que nossas almas descansem em paz de uma vez por todas! E para isso, precisamos ganhar essa batalha!
- Entendo. – disse Nebedito. – A velha mania do brasileiro de querer ganhar sempre.
- Não, não somos brasileiros! O que há contigo, General Panflétus? Ficaste imbecil?
- Acho que essa encarnação é a errada para que Nebedito lidere algum exército. – intervi. – Ainda não entendo, Bijustus! Se vocês só precisam ganhar essa batalha pra ficarem em paz, e eu disse que vamos perder de qualquer jeito, por que não concorda comigo?
- Aí que você se engana, Arapecidus. Ainda não me deixaste terminar de falar.
- Então fale, amigo! Ponha tudo pra fora de uma vez! Vai te fazer bem! – disse Nebedito.
- Por falar nisso, com licença, preciso ir ao banheiro vomitar! – disse Ralgedino.
- Ninguém sairá daqui enquanto eu não terminar! – disse Bijustus, apontando a lança para Ralgedino.
Ralgedino se assustou, e desmaiou.
- Esse teu amigo tem sérios problemas!
- Nem me fale... – eu disse, colocando Ralgedino no sofá.
- Bem, continuando mesmo assim – disse Bijustus – vós pensam que não têm chance contra nós, mas vós tem mais do que imaginam
- Como assim?
- Oras, não consegues perceber? Vós passaram por várias fases, várias encarnações... vós têm se desenvolvido durante séculos! Nós não! Nós somos ainda os mesmos soldados da primeira batalha, apenas com o pensamento de matar-vos! Não aprendemos nada durante esses séculos!
- Está certo então, já que temos chance contra vocês, não temos que nos preocupar com nada! Vamos lutar e ganhar de vocês de uma vez por todas, para que descansem em paz. É a vida, não é mesmo? – eu disse.
- Não, não e não! – disse Bijustus. – Vocês não podem ganhar!
- Xiiiii, eu não estou entendendo mais nada. – disse Nebedito.
- Nem eu! O que há com você, Bijustus??
- Quero dizer a vós, que não podem vencer da gente, e nem fugir! Vocês devem morre hoje, amigos!
- O QUÊ????
- Isso mesmo! Caso contrário, o General Jen-Hur não desistirá, e vamos continuar lutando eternamente!!
- Oras, por que vocês não mandam esse General Jen-Hur pra puta que o pariu e deixam que ele lute essa luta idiota sozinho?
- Porque, há milênios, desde que nos ingressamos nesse exército, fizemos uma promessa de lutar até o fim. E, infelizmente, isso ainda está valendo.
Sabem, era engraçado como a situação tinha virado de lado, e ao mesmo tempo não. De repente, a gente descobre que pode ganhar a batalha, mas não deve ganhá-la. Bem, cá entre nós, isso não era verdade. Ralgedino despertou.
- Ai... que dor de cabeça... quais são as novidades?
- As novidades, é que vamos ter que morrer! – disse Nebedito.
- AI MEU DEUS!!! Vocês estão loucos? – Ralgedino apertou seu próprio pescoço e começou a se revirar no chão. – Me ajudem aqui!! Estou tendo uma convulsão!! Arghhh!!! Unhg!!!! Socorro!!!
Nebedito o pegou pela gola da camiseta, deu-lhe um tapa na cara e gritou:
- VIRA HOMEM, RAPAZ!!!!
- >Gasp!! Gaaassp!!<>
- ESTÁ O CACETE!! ESTÁ TUDO NA SUA CABEÇA, CARA!!!
- Hein?? Já tem sangue na minha cabeça?? Meu Deus!!!!
Levantei-me e fui até Bijustus, sem dar importância para eles.
- Escute, Bijustus, acho que podemos resolver tudo isso, sem que precisemos matá-los, sim? Acho que tive uma idéia.
- E qual seria?
Contei meu plano à Bijustus. Depois disso, ele pulou a janela e foi-se embora.
- E então? – perguntou Nebedito. – O que disse a ele?
- Fale devagar para que eu assimile melhor. – disse Ralgedino. – Meu organismo ainda está sensível.
- Pessoal, acho melhor vocês se preparem. – eu disse.
- Como assim?
- Peguem qualquer coisa no trailer que sirva de armadura ou arma. Qualquer coisa. E sejam rápidos! Nosso prazo termina em menos de 10 minutos.
- Espere aí! Vamos conversar, sim? – disse Nebedito. – O que você quer dizer com isso, cara?
- É! Estou ficando assustado! Olha só como minha pele está branca! – disse Ralgedino.
Peguei um tampa de panela grande (daquelas que se costuma fazer uma boa galinhada) e pensei que por ora, daria um bom escudo. Então, virei-me para meus dois companheiros, e disse seriamente:
- Bem, vocês, assim como eu, sabem que nós não temos chance contra aqueles caras lá fora, mesmo que reencarnemos mil vezes mais que eles! Não podemos ganhar daquele exército. Não temos experiência nenhuma em batalha, quanto mais contra mais de 1000 sujeitos! Mas Bijustus e os outros soldados estão com medo e acreditam que somos muito sábios e podemos aniquilá-los. Exceto o General Jen-Hur, que está cego de vingança. Por isso ele veio aqui nos pedir esse favor. E, percebendo isso, deixei que ele continuasse acreditando que poderíamos ganhar a batalha.
- E...?
- Bem, não queremos que nossas próximas reencarnações sejam incomodadas de novo por esses sujeitos, caso contrário, isso jamais irá terminar. Melhor que seja tudo resolvido hoje.
- E...?
- E é isso! Preparem suas coisas! Só há uma maneira de sair disso, e é lutando... e morrendo!
- Arapecido, você ficou louco???? – os dois gritaram, em uníssono.
- É. Acho que sim!


Conclui em 14 dias!!!

4 comentários:

Bruno Carvalho disse...

Clap, clap, clap!

Eu sei que é batido dizer que "continua ótimo", mas eu tenho que dizer! A organização do texto está fantástico e a criatividade do humor está melhor ainda!! Parabéns mesmo!! (tirando o boné jeans desbotado da cabeça!)

Com toda a sinceridade, estou contando os dias para ler o fim desta saga!!!

Excelente cara!!! Muito bom!!!

Abraços!

Sessyllya ayllysseS disse...

Ah, nem! Não agüento tanta curiosidade... Me recuso a comentar antes da conclusão dessa história maravilhosa! rsrsrs
Bjos!!!

Felipe Carvalho disse...

Hiroshima, Cirão? Agora tudo se explica... Hahahahahahhaha

"- As novidades, é que vamos ter que morrer! – disse Nebedito." Hahahahahahah Esse noticiário é o QUENTE!

Não tenho dúvidas de que a chave da história está no que foi conversado entre Arapecido e o soldado "Bijustos" (puuutz) e que ficou em off para o grande público. Porém, não quero antecipar minhas conclusões para que vós não tenhais que mudar o final da saga... hehehehe

Altas risadas, companheiro !!!
Grande abraço!

Flavio Carvalho disse...

É isso aí,

vamos pagar pra ver o final dessa
saga,

tá massa cara,

tá massa,